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sexta-feira, 5 de abril de 2013
Anvisa quer rastrear medicamentos para evitar falsificações
Código de barra bidimensional seria tecnologia usada para controlar trajeto de remédios desde a fábrica até o consumidor
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou, nesta quarta-feira, uma proposta para rastrear o trajeto de medicamentos com o objetivo de evitar falsificações. A ideia a agência é criar o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos para o monitoramento desde a produção até a prescrição de um remédio aos pacientes.
O projeto ficará em consulta pública por 30 dias antes de se tornar uma norma nacional. O prazo de adaptação da indústria seria de seis meses; do comércio varejista, de um ano.
Para ter este controle, a Anvisa adotaria o código de barras bidimensional, a Datamatrix. O Identificador Único de Medicamento (IUM), uma espécie de “RG” de cada medicamento, conteria 13 dígitos, além do número serial, a data de validade e o número do lote. A responsabilidade de gerar estes dados seria da indústria.
Fonte: O Globo
Chiclete pode melhorar desempenho cerebral
Ato de mastigar estimula nervo que ativa área do cérebro responsável por estado de alerta
Mascar chiclete pode “acordar” o cérebro, sugere um estudo do Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão, que publicou artigo no periódico “Brain e Cogntion”. Os indivíduos que estavam mascando chicletes durante os testes tiveram uma reação 10% mais rápida do que os demais.
Utilizando ressonâncias magnéticas funcionais, os pesquisadores descobriram que o ato de mastigar afetava oito partes do cérebro - a maioria delas envolvidas na função executiva (ações) ou nas funções motoras, explicou, ao Daily Mail, Duncan Banks, diretor da Associação de Neurociência Britânica.
- Aquelas áreas pareciam mais ressaltadas em pessoas que mascavam chiclete.
Segundo os cientistas, existe uma forte evidência de que o hábito aumenta o estado de alerta, ajuda a manter a atenção e acelera a reação do corpo. O ato estimularia o nervo trigêmeo (de olhos, maxilar e mandíbula), que ativa a parte do cérebro responsável pelo estado de alerta. O chiclete também aumenta a frequência cardíaca, o que, por sua vez, gera fluxo mais intenso de sangue no cérebro.
- As pessoas que mascam chiclete relatam maior produtividade no trabalho, o que se encaixa com o que os estudos mostram no laboratório - comentou Andrew Smith, da Cardiff University, cujo trabalho no passado foi em parte financiado por fabricantes de chicletes.
No estudo da Universidade de Cardiff, o chiclete melhorava a performance quando as pessoas lutavam para prestar atenção ao completar tarefas monótonas. Mas isso não fazia diferença em outras situações.
Fonte: O Globo
Casamentos felizes engordam mais, sugere pesquisa americana
Recém-casados foram acompanhados por quatro anos. Pesquisadores concluem que aparência conta mais que manutenção da saúde
RIO- A máxima de que casamento engorda foi comprovada em uma pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia da Universidade Southern Methodist, nos Estados Unidos. Os cientistas acompanharam 169 duplas de recém-casados e pesaram os cônjuges regularmente por quatro anos. Em média, os mais satisfeitos com a vida a dois ganharam mais peso com o decorrer do tempo porque se sentiam menos motivados a atrair fisicamente outras pessoas.
Os autores do estudo sugerem que o resultado da pesquisa quebra a noção de que um bom casamento é sempre um benefício para a saúde. Pesquisas anteriores indicavam que a satisfação no casamento induzia os casais a se cuidarem mais, como ir ao médico regularmente e tomar os remédios na hora certa. O novo estudo sugere que há exceções.
Os cônjuges pesquisados que se declaravam menos felizes no casamento eram mais abertos à ideia de deixar seus parceiros, por isso, segundo a chefe da pesquisa, Andrea Meltzer, foram menos propensos a ganharem peso.
- Os resultados sugerem que as pessoas talvez estejam pensando em seu peso mais em termos de aparência que de saúde - disse Meltzer.
Fonte: O Globo
Operadoras de planos de saúde terão de implantar ouvidorias
Retorno ao cidadão dever ser feito no prazo máximo de sete dias úteis
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde, vai adotar novas medidas que beneficiam os usuários dos planos de saúde. A partir de agora, as operadoras têm obrigação de criar Ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais, com objetivo de reduzir conflitos entre as operadoras e os consumidores, ampliando a qualidade do atendimento oferecido pelas empresas. E as ouvidorias devem ser capazes de responder demandas no prazo máximo de sete dias úteis.
“Trata-se de mais uma medida para defender os consumidores, usuários de planos de saúde e garantir um atendimento de qualidade. A esta iniciativa, soma-se a análise coletiva dos processos que dará mais rapidez ao trabalho, além da notificação de investigação preliminar que, em 2012, conseguiu resolver 78% das queixas de usuários dos planos de saúde”, anunciou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha nesta quarta-feira (3), durante audiência pública conjunta das comissões de Seguridade Social e Família; de Fiscalização Financeira e Controle e a de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
O prazo para criação das Ouvidorias é de 180 dias para as operadoras com número igual ou superior a 100 mil beneficiários e de 365 dias para as que tenham menos de 100 mil beneficiários. Já as operadoras de planos de saúde com menos de 20 mil beneficiários e as exclusivamente odontológicas - com até 100 mil beneficiários - não necessitam criar essas Ouvidorias, podendo apenas designar um representante institucional junto à ANS.
A determinação é da Agência Nacional de Saúde Suplementar, em norma que será publicada nesta quinta-feira (4), no "Diário Oficial da União"(DOU). A medida está disposta na resolução normativa nº 323.
ATENDIMENTO- As Ouvidorias deverão ter estrutura composta por titular e substituto designados especialmente para esse fim, além de ter canais de contato específicos, protocolos de atendimento e equipes capazes de responder demandas em no máximo sete dias úteis.
Entre as atribuições, está a apresentação de relatórios estatísticos e de recomendações ao representante legal da operadora e à Ouvidoria da ANS.
Segundo a Ouvidora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Stael Riani é necessário que as operadoras avaliem suas demandas nas relações com os clientes para dimensionar a estrutura de cada Ouvidoria, para instituir um canal eficiente de atendimento ao consumidor. A criação dessas estruturas é uma obrigação já exigida pelo Banco Central e pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Para Stael Riani, esse estreitamento de contato entre os planos de saúde e o consumidor é mais uma forma de as operadoras tomarem conhecimento dos problemas de seus clientes e encontrarem soluções a um custo mais baixo e reduzir a mediação de conflitos.
Esta medida visa ainda o melhor funcionamento dessas estruturas e gerar subsídios para aprimorar os processos de trabalho nas operadoras, principalmente quanto ao relacionamento com o público e com a racionalização do fluxo de demandas encaminhadas à ANS. “Com esta iniciativa, o consumidor terá uma segunda instância de análise de sua reclamação, dentro da própria operadora. Cabendo à ANS, como órgão regulador, intervir nas questões mais complexas e não em queixas como atraso no envio de boleto bancário, por exemplo,”, acrescenta.
A ouvidora disse ainda que há avanços significativos nas empresas que já criaram suas Ouvidorias: “Esses órgãos contribuem de forma significativa na melhoria do atendimento ao usuário e no relacionamento das operadoras com os órgãos de defesa do consumidor”, reitera.
PARCERIA- A redação da Resolução Normativa nº 323 foi amplamente discutida entre os representantes do setor da saúde suplementar. Foram realizadas duas câmaras técnicas e uma consulta pública. No período de 18 de setembro a 18 de outubro do ano passado - a sociedade (representantes de operadoras, prestadores de serviços de saúde, órgãos de defesa do consumidor e entidades civis de proteção ao consumidor) colaborou com 447 contribuições para a elaboração da norma.
MEDIDAS-O Ministério da Saúde, por meio da ANS, tem adotado uma série de medidas inéditas para tornar mais rígido o monitoramento das operadoras de planos de saúde com objetivo de melhorar o atendimento do cidadão aos serviços contratados. Ao longo de 2012, por exemplo, foi suspensa temporariamente a venda de 396 planos de 56 operadoras que não atenderam os seus clientes dentro dos prazos máximos previstos para marcação de exames, consultas e cirurgias. É um resultado da avaliação sobre o acesso e a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras que não se adequaram aos critérios estabelecidos na Resolução Normativa 259 da ANS.
A resolução determinou prazos máximos para consultas, exames e cirurgias. O monitoramento começou em dezembro de 2011. As operadoras que não cumprem os prazos estão sujeitas a multas de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Em casos de reincidência, podem sofrer medidas administrativas, como suspensão da comercialização de parte ou da totalidade dos seus planos de saúde e decretação do regime especial de direção técnica, inclusive com afastamento dos dirigentes.
Outra medida importante é que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a justificar, por escrito, em até 48 horas, o motivo de ter negado autorização para algum procedimento médico, sempre que o usuário solicitar. Cada vez que deixar de informar a cláusula do contrato ou dispositivo legal que explique a negativa, o plano de saúde será penalizado em R$ 30 mil. A medida começa a ser aplicada em 7 de maio.
Fonte: ND Online
Empresa é autuada na Baixada Fluminense por captação e venda ilegal de água para o consumo humano
A Empresa Bioágua Serviços de Água Potável e Carga Seca, em Jardim Primavera, no Município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi interditada nesta quinta-feira (04/04), por várias irregularidades, em blitz da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). A empresa é suspeita de captação e venda ilegal de água para o consumo humano, além de poluir o Rio Saracuruna, que deságua na Baía de Guanabara, o que configura crime ambiental.
O proprietário do estabelecimento, Reinaldo Souza Rocha, foi autuado e conduzido para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), onde prestou esclarecimentos. Rocha, que responderá por crime ambiental, será também multado, em valor que pode chegar a R$ 5 milhões por poluição hídrica, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 3467).
Liderada pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a ação mobilizou cerca de 20 pessoas, entre fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que chegaram ao local em um comboio de sete viaturas da Polícia Civil.
As equipes encontraram várias irregularidades, dentre elas o entupimento da caixa separadora de água e óleo. Com isso, todo esse material estava sendo carreado para a cisterna e para a galeria de água pluvial, poluindo o Rio Saracuruna.
Os policiais também flagraram alguns caminhões-pipa, já abastecidos, prontos para efetuarem a entrega. Ao inspecionarem os veículos, os agentes constataram a gravidade da situação: a água tinha coloração escura, sendo, portanto, imprópria para o consumo humano. A Polícia Civil vai investigar a procedência da água comercializada pela empresa, uma vez que encontrou uma cisterna, nos fundos da empresa, com água de origem duvidosa.
ORIGEM DUVIDOSA
Os arquivos recolhidos pelos policiais mostram que a empresa comercializava água, entre outros, para o Ciep Cândido Portinari – que recebia, em média, três caminhões-pipa por semana – para a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) de Saracuruna, para o colégio estadual Francisco Portugal Neves e para a empresa multinacional White Martins.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, acompanhou os fiscais do Inea na vistoria efetuada nos caminhões-pipa.
“Trata-se da máfia da venda de água: roubam água da Cedae, vendem água sem o carimbo da Vigilância Sanitária e poluem o Rio Saracuruna. Portanto, temos aqui crime ambiental. Crime contra a saúde pública e crime de falsidade ideológica, pois afirmam que comercializam água potável sem qualquer controle de qualidade. Água contaminada é a primeira causa de mortalidade infantil: são as chamadas doenças de veiculação hídrica causadas por água contaminada. Vamos intensificar a fiscalização”, disse o secretário.
O chefe da Cicca, coronel José Maurício Padrone, disse que foram recolhidas amostras da água para análise, para se atestar a qualidade do produto comercializado:
“A água que encontramos na cisterna e nos caminhões pipa apresentava cor de barro. Portanto, há suspeita de contaminação. Vamos investigar de onde vem essa água que a empresa está comercializando, pois o volume de água consumido pela Cedae é de 3.500 litros por dia. Aqui tem mais de 10 caminhões-pipa cada um com capacidade para armazenar 15 mil litros de água. O proprietário afirma que a água vendida é da Cedae. Acontece que esses 3.500 litros não são suficientes para abastecer nem 1/3 desses caminhões-pipa, que têm capacidade para armazenar 15 mil litros. Ao chegarmos aqui, encontramos esses caminhões cheios d’água. Então, de onde vem essa água? Isso é o que nós vamos investigar”, disse Padrone.
Fonte: EcoDebate
MPF/PA recorre para suspender operação policial e estudos de usina hidrelétrica no Tapajós
O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) entrou nesta quarta-feira, 3 de abril, com recurso para suspender a operação militar que o governo federal faz na região do Tapajós, no oeste do Pará, assim como os estudos e o licenciamento da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós. O MPF/PA pede que, antes de qualquer ato de licenciamento ou estudos, os índios mundurukus e as comunidades ribeirinhas diretamente afetados sejam consultados, conforme manda a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
“Considerando que a política energética atual do Estado brasileiro para a Amazônia compreende a produção de energia a partir do barramento dos rios, o direito à consulta, conforme estabelecido na Convenção 169, merece destaque. Trata-se de condição essencial para a segurança das comunidades e para o livre exercício dos direitos humanos e fundamentais dos povos afetados, cujo modo de vida inerente ao rio passa a ser ameaçado”, diz o recurso do MPF/PA.
O recurso foi apresentado à Justiça Federal em Santarém, mas deve ser apreciado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. A Convenção 169 foi assinada pelo Brasil em 2002 e integrada ao ordenamento jurídico brasileiro em 2003. De acordo com decisões do Supremo Tribunal Federal, tem força de emenda constitucional. Mas nunca foi aplicada pelo governo brasileiro, apesar dos inúmeros projetos hidrelétricos que afetam populações tradicionais na Amazônia.
Para os procuradores da República que atuam no caso, a operação armada que está ocorrendo atualmente no Tapajós derruba qualquer chance de diálogo e consulta como manda a Convenção 169. “Não existe diálogo, mas predisposição ao confronto. O Judiciário deve afirmar peremptoriamente se entende a Operação Tapajós como processo adequado de diálogo, pautado pela boa-fé, conforme prescreve a Convenção 169 da OIT. Na visão do MPF/PA, está claro que a Operação descumpre a Convenção, ferindo os mais comezinhos princípios de direitos humanos”, dizem os procuradores Fernando Antônio de Oliveira Jr, Felipe Bogado e Luiz Antonio Amorim Silva, de Santarém.
No recurso, o MPF/PA pede a reconsideração das decisões anteriores da Justiça Federal de Santarém. O juiz Airton Aguiar Portela permitiu a continuidade da chamada Operação Tapajós, apesar de ter ordenado a consulta aos indígenas e a realização da avaliação ambiental integrada da bacia do Tapajós. O MPF/PA quer a revisão desse entendimento, para suspender todo e qualquer ato para licenciamento de usinas, inclusive a operação militar, enquanto não houver a consulta.
O Tribunal também vai analisar o pedido para que todas as populações tradicionais da região onde o governo quer construir as usinas sejam consultadas, não apenas os indígenas. Os ribeirinhos do alto e médio Tapajós são conhecidos como beiradeiros e vivem em uma das regiões ambientalmente mais bem preservadas de toda a Amazônia. O processo de consulta previsto na Convenção 169 inclui a identificação de todas as comunidades tradicionais afetadas.
O governo alegou no processo judicial sobre a usina São Luiz do Tapajós que só pode fazer a avaliação ambiental do impacto de várias usinas se fizer estudos na região. Com isso, justificou a operação militar que está atualmente em curso na região e que, no entendimento do MPF/PA, pode ocasionar graves conflitos com as comunidades indígenas. Para o MPF/PA, a consulta deve preceder qualquer tipo de estudo ambiental na região.
“A realização de avaliação ambiental antes do processo de consulta ofende à Convenção 169 da OIT, porquanto a consulta aos povos indígenas e às populações tradicionais deve ser prévia”, diz o recurso. “O Governo Federal, ao tentar realizar de maneira precipitada o processo de consulta, no cenário de potencial conflito como o atual, descumpre a Convenção 169 da OIT e sujeita o Estado brasileiro a sanções na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)”, alertam.
A Convenção 169 da OIT determina a consulta sempre que seja prevista qualquer medida legislativa ou administrativa que possa afetar diretamente populações indígenas e tradicionais. “Verifica-se que existem inúmeras medidas legislativas e administrativas tomadas por órgãos, agentes públicos do poder executivo e legislativo, bem como pelo empreendedor, com a autorização do executivo. Todas elas afetam diretamente os povos indígenas cujas terras estão ameaçadas pela sobreposição da UHE São Luiz do Tapajós. No entanto, não houve a consulta livre, prévia e informada aos povos indígenas e tradicionais afetados pelas medidas e pelas ações do projeto”, explica o recurso do MPF/PA.
Veja como deve ser, para o MPF/PA, a consulta prévia às populações do Tapajós:
“A CLPI (Consulta Livre, Prévia e Informada) deve abarcar as populações indígenas e os povos tradicionais afetados pela UHE São Luiz do Tapajós. Portanto, não deve ficar restrita apenas às populações indígenas em um raio de 40 km de distância do local exato do empreendimento, como pretende fazer o Governo Federal.
Devem também ser ouvidas as populações indígenas que, mesmo não estando no raio do empreendimento, retiram sua sobrevivência da Bacia do Tapajós. Mais do que isso. Nos termos da Convenção 169 da OIT, devem ser ouvidas também as populações tradicionais ribeirinhas, motivo pelo qual o pedido do MPF na presente demanda abarca também as populações tradicionais.
É evidente que a construção de uma Hidrelétrica impacta em todo o regime de águas de determinado rio. É indefensável entender que isso não afeta o modo de vida de populações indígenas e tradicionais que vivem da pesca ou da exploração de outros de recursos naturais ao longo da Bacia do Tapajós.
Em suma, os processos de consulta devem servir às comunidades que atendam aos seguintes critérios:
a) possuir uma relação ancestral com o território
b) ter vida própria de comunidade com mecanismos de auto-governança
c) auto-reconhecer-se como pertencente a um grupo étnico reconhecido constitucionalmente
d) Possuir identidade cultural e histórica distinta em seus costumes.”
Íntegra do recurso aqui.
Carta Munduruku – Na manhã desta quinta-feira, 4 de abril, o MPF/PA recebeu em Belém uma liderança dos índios Munduruku, Valdenir Munduruku, representante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Luís Claúdio Teixeira, representante do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR), Marquinho Mota, e outros integrantes de organizações que atuam em defesa dos direitos indígenas. O grupo entregou ao procurador da República Ubiratan Cazetta uma carta em que reforçam a necessidade de interrupção urgente da operação Tapajós.
“O governo está em nossas terras como bandidos, como ladrões invadindo sem avisar os nossos rios e territórios para destruir o rio Tapajós e explorar nossas riquezas. E está ameaçando nos ferir ou matar se reagirmos”, diz o texto. O documento será encaminhado à Procuradoria da República em Santarém.
Fonte: EcoDebate
Governo do Rio multa CSN e pede retirada de famílias de área contaminada em Volta Redonda
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta quinta-feira (04/04), em entrevista coletiva, que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) será multada em até R$ 50 milhões e que a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) solicitaram à Justiça que a companhia seja obrigada a retirar imediatamente 750 pessoas que residem em um terreno contaminado com substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas no Condomínio Volta Grande IV, em Volta Redonda, na Região do Médio Paraíba.
Estudos técnicos comprovaram que o terreno onde foi construído o condomínio tem altas concentrações de metais pesados, hidrocarbonetos e outras substâncias tóxicas, como bifenilas policloradas (ascarel), proibidas no país. O terreno foi doado em 1998 pela CSN para o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, com a condição expressa de que fosse utilizado para fins residenciais.
Uma ação civil pública impetrada na Justiça, no ano passado, pelo Ministério Público levou à elaboração de um estudo técnico realizado pela empresa Nickol do Brasil Ltda, que teve de ser complementado por outros estudos e validado por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A validação foi concluída há poucos dias, no final de março.
“Foram cometidos vários crimes ambientais. A CSN colocou em risco a vida das pessoas, sonegou informações e não fez as análises exigidas. A empresa terá de retirar e indenizar as pessoas, remover todo o lixo que está lá embaixo, fazer os estudos restantes e descontaminar toda a área, inclusive o lençol freático, além prestar toda a assistência de saúde para os moradores”, disse Minc.
Segundo os estudos técnicos, as concentrações de substâncias tóxicas, situadas numa área de 10 mil metros quadrados, ultrapassam em muito os níveis máximos tolerados, tanto para áreas agrícolas quanto residenciais. Mais de 20 substâncias foram constatadas nos estudos, entre as quais metais pesados como antimônio, bário, cádmio, chumbo, cromo, níquel e zinco; hidrocarbonetos como benzeno, benzopireno, fenantreno e hexaclorobenzeno; e bifenilas policloradas (ascarel).
A concentração de cromo, por exemplo, chega a 500% do nível máximo tolerado; a de benzopireno, 2.000%; e a de bifenila policlorada (ascarel), 9.000%. “Trata-se de uma situação muito grave, com famílias vivendo em cima de um coquetel de lixo químico”, disse o secretário do Ambiente.
Minc ressaltou que os estudos abrangem somente um setor do Condomínio Volta Grande IV, onde vivem cerca de 750 dos 2.257 moradores da região. O Relatório de Diagnóstico Socioambiental, realizado pela empresa Diagonal, no segundo semestre de 2012, revelou, entre outras informações, que 90% dos domicílios fizeram escavações em seus terrenos, e em 13% deles havia cultivo de hortaliças ou árvores frutíferas, que também podem ter sido contaminadas.
A siderúrgica CSN também será notificada para iniciar, em 15 dias, os estudos técnicos necessários para avaliar o nível de contaminação do restante do Condomínio Volta Grande IV, podendo ser necessária a remoção de mais moradores.
O secretário esclareceu que, inicialmente, o estudo realizado pela Nickol, empresa contratada pela CSN, não indicava a necessidade de remoção dos moradores. Mas esta não foi a conclusão dos técnicos do Inea após a validação dos dados. De acordo com ofício encaminhado em 3 de abril pela presidente do Inea, Marilene Ramos, à 3ª Vara Cível de Volta Redonda, onde tramita a ação civil pública, o parecer da Gerência de Licenciamento de Risco Ambiental e Tecnológico do órgão ambiental, elaborado após vistorias técnicas, concluiu que “apesar de haverem sido produzidos estudos técnicos que não entenderam necessária a remoção dos moradores do local, é incontestável que a população do Condomínio Volta Grande IV já esteve e permanece exposta a níveis intoleráveis de risco à saúde humana”.
Minc acrescentou que a empresa também deverá ser punida pela sonegação de informações e por não cumprir as notificações do Inea. De acordo com Marilene Ramos, medidas de controle e prevenção para as ações que envolviam a escavação de solo não foram devidamente implementadas após notificação de setembro de 2012.
Além disso, o Inea não recebeu até o momento um plano de ação para o cumprimento das exigências, e a CSN não vem cumprindo as determinações da legislação ambiental no que se refere ao gerenciamento de áreas contaminadas.
O valor da multa, que conforme a legislação ambiental de infrações ambientais pode chegar a R$ 50 milhões, será definido na próxima segunda-feira, em reunião do Conselho Diretor do Inea. Além disso, a CSN terá de indenizar os moradores e recuperar e descontaminar o condomínio, o lençol freático e terrenos adjacentes. Minc ressaltou que a empresa pode sofrer outras punições, estabelecidas pela Justiça, incluindo novas multas e penas de prisão.
As primeiras denúncias envolvendo o Condomínio Volta Grande IV começaram em 2004, por conta da proximidade de uma área de dispensa de resíduos da CSN. Houve suspeitas de vazamento, mas os estudos realizados não confirmaram essa hipótese.
Existe a possibilidade, no entanto, de que a contaminação do terreno tenha ocorrido durante o processo de transporte dos resíduos tóxicos da CSN para a área de dispensa, pois no terreno do condomínio funcionaria uma área de transbordo, em que o material seria descarregado dos caminhões antes de ser armazenado.
Fonte: EcoDebate
CSN doa terreno contaminado com substâncias cancerígenas a funcionários
O Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) confirmou nesta quinta-feira (04), que está contaminado com substâncias cancerígenas, o terreno cedido pela Companhia Siderúrgica Nacional, para construção de casas de funcionários em Volta Redonda, no sul do Rio de Janeiro. Segundo o estudo, os moradores estão expostos a substâncias extremamente perigosas e o terreno apresenta contaminação em nível intolerável à saúde humana.
Apresentação de Isabela Vieira, da Radioagência Nacional / EBC
Fonte: EcoDebate
Calvície pode estar relacionada a problemas cardíacos
Pesquisa feita no Japão concluiu que o risco de doença cardíaca é aumentado especialmente com a perda de cabelo no topo da cabeça
Um time de pesquisadores japoneses revisou diversos estudos sobre a relação entre calvície e problemas no coração e concluiu que, de fato, a queda de cabelo, especialmente quando ocorre no topo da cabeça (a 'coroa'), aumenta o risco de doenças cardíacas entre os homens. O trabalho, feito na Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio, no Japão, foi publicado nesta quinta-feira no periódico BMJ Open.
A pesquisa japonesa levou em consideração seis estudos feitos entre 1993 e 2008 que, ao todo, envolveram mais de 40.000 homens. Três desses trabalhos acompanharam voluntários por mais de dez anos. Segundo suas conclusões, os homens que, ao longo desse período, perderam a maior parte de seus fios de cabelo, em comparação com os que os mantiveram, apresentaram um risco cerca de 30% maior de ter uma doença coronariana. Essa condição ocorre quando o transporte que leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente em consequência do depósito de colesterol e outras gorduras nas artérias.
Região específica — A revisão também concluiu que o risco de uma doença coronariana é mais elevado conforme a gravidade da calvície. Porém, segundo os autores, essa relação somente é válida se a queda de cabelo começa no topo da cabeça. Um homem com calvície grave no topo da cabeça pode ser quase 50% mais propenso a sofrer de uma doença coronariana do que um indivíduo que não sofre com a perda dos fios, por exemplo. Por outro lado, essa chance é 18% maior entre homens com calvície menos grave nessa região da cabeça.
Além disso, segundo o estudo, o risco de doença coronariana aumenta ainda mais caso o homem tenha calvície tanto na parte da frente, ou nas 'entradas', quanto no topo da cabeça — indivíduos com essas características são quase 70% mais propensos a desenvolver a condição do que homens sem calvície.
Leia também: Empresa de genoma identifica cinco genes associados ao hipotireoidismo
As outras três pesquisas analisadas pelo time da Universidade de Tóquio observaram a saúde cardíaca de homens que já estavam carecas, ou então que caminhavam para isso, e a compararam com os resultados de saúde de homens que não haviam perdido seus fios de cabelo. De acordo como esses estudos, o primeiro grupo foi 70% mais propenso a apresentar alguma doença cardíaca em comparação com o restante dos homens. Esse risco foi maior entre os participantes mais novos, que apresentaram uma probabilidade 84% maior de ter problemas de saúde no coração.
Para os autores da revisão, é possível que a calvície masculina seja um indicador de resistência à insulina, um percursor do diabetes, um estado de inflamação crônica ou então que esteja associada a um aumento da sensibilidade à testosterona. Todos esses fatores estão direta ou indiretamente associados ao surgimento de doenças cardiovasculares.
Opinião do especialista
Luiz Antonio Machado César
Cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (Incor)
"Há centenas de fatores que estão associados à doença coronariana. Essa relação que o estudo encontrou entre calvície e o problema cardíaco é relevante, mas não substitui os outros fatores de risco. Ou seja, o fato de um homem ser ou não calvo não faz com que um médico deixe de considerar outros fatores, como tabagismo, sedentarismo, obesidade e hipertensão, na hora de avaliar se o paciente tem risco de uma doença coronariana.
O estudo tem um problema que é o fato de ele não ter levado em consideração esses outros fatores de risco para doenças cardíacas. Então não é possível dizer quem um homem calvo necessariamente terá uma doença coronariana ou então que um indivíduo sem calvície esteja livre do problema.
É possível que, além do fator genético, problemas como obesidade, diabetes, altos níveis de glicose no sangue e sedentarismo favoreçam a calvície. Por isso, uma forma de interpretar esses resultados é pensar que homens calvos, especialmente os mais jovens, com menos de 50 anos, já são propensos a ter doenças cardíacas.
O estudo é relevante, mas ele pode dar um peso para a calvície que, em relação ao risco de doença cardíaca, não é real na prática."
Fonte: Veja Online
Caranguejo invasor ajuda a reverter destruição ambiental nos EUA
Um estudo realizado pela Universidade Brown, nos Estados Unidos, aponta que uma espécie invasora de caranguejo está ajudando a reverter a destruição de pântanos que compõem o ecossistema de Cape Cod, no estado de Massachusetts, nos EUA.
A pesquisa, publicada no periódico científico “Ecology”, ressalta que a presença do caranguejo-verde (da espécie Carcinus maenas) na região tem servido para controlar a população de outro animal, responsável por problemas ambientais: o caranguejo da espécie Sesarma reticulatum.
As análises dos cientistas apontam que o caranguejo-verde ocupou o lugar dos predadores naturais da espécie Sesarma reticulatum, que estão desaparecendo. Como o caranguejo Sesarma reticulatum é herbívoro, ele devora a vegetação dos pântanos – mas a população desta espécie está sendo controlada pelo caranguejo-verde, sugere o estudo.
Pesquisas anteriores apontaram que os predadores da espécie Sesarma reticulatum entraram em declínio devido à pesca esportiva na região.
“Humanos causam impacto no ecossistema além do imaginado”, disse o pesquisador Tyler Coverdale, em nota divulgada pela universidade. Ele assinala que ações como a pesca em excesso fazem espécies desaparecerem de seus habitats naturais, enquanto outras, como viagens de navio o comércio, “trazem espécies de fora e fazem com que elas se tornem comuns em regiões onde não são nativas”, tornando-se invasoras.
Na maioria das vezes, pondera Coverdale, as duas ações têm impactos negativos. “Mas neste caso, uma espécie invasora está servindo potencialmente para restaurar o equilíbrio ecológico perdido”, ressaltou o pesquisador, na nota da instituição.
Erosão – Os cientistas notaram que há anos os pântanos de Cape Cod, cobertos por vegetação que inclui principalmente grama, têm sido degradados, com o solo ficando exposto à erosão. Um dos principais atores deste processo é a espécie Sesarma reticulatum.
Há algum tempo, no entanto, os pesquisadores perceberam que as plantas voltaram a crescer em algumas áreas, ainda que de forma muito tímida. Com cálculos feitos para o estudo, os cientistas constataram haver uma relação entre áreas com grande presença de populações do caranguejo-verde e em que há recuperação de vegetação.
“Ver os pântanos começarem a se recuperar, ao menos em sua cobertura de grama, é impressionante. Quando constatamos este ‘ressurgimento’, encontramos grandes quantidades de caranguejos-verdes nas regiões em recuperação. Então decidimos quantificar isso”, ressaltou o pesquisador Mark Bertness, um dos autores do estudo.
Eles também fizeram testes com animais de ambas as espécies, e constataram que os caranguejos Sesarma reticulatum, que são herbívoros, consomem menos vegetação ao serem confrontados com os animais da outra espécie no meio ambiente. Em geral eles também são derrotados em embates, sobrevivendo em apenas 15% das vezes, dizem os pesquisadores.
A pesquisa, publicada no periódico científico “Ecology”, ressalta que a presença do caranguejo-verde (da espécie Carcinus maenas) na região tem servido para controlar a população de outro animal, responsável por problemas ambientais: o caranguejo da espécie Sesarma reticulatum.
As análises dos cientistas apontam que o caranguejo-verde ocupou o lugar dos predadores naturais da espécie Sesarma reticulatum, que estão desaparecendo. Como o caranguejo Sesarma reticulatum é herbívoro, ele devora a vegetação dos pântanos – mas a população desta espécie está sendo controlada pelo caranguejo-verde, sugere o estudo.
Pesquisas anteriores apontaram que os predadores da espécie Sesarma reticulatum entraram em declínio devido à pesca esportiva na região.
“Humanos causam impacto no ecossistema além do imaginado”, disse o pesquisador Tyler Coverdale, em nota divulgada pela universidade. Ele assinala que ações como a pesca em excesso fazem espécies desaparecerem de seus habitats naturais, enquanto outras, como viagens de navio o comércio, “trazem espécies de fora e fazem com que elas se tornem comuns em regiões onde não são nativas”, tornando-se invasoras.
Na maioria das vezes, pondera Coverdale, as duas ações têm impactos negativos. “Mas neste caso, uma espécie invasora está servindo potencialmente para restaurar o equilíbrio ecológico perdido”, ressaltou o pesquisador, na nota da instituição.
Erosão – Os cientistas notaram que há anos os pântanos de Cape Cod, cobertos por vegetação que inclui principalmente grama, têm sido degradados, com o solo ficando exposto à erosão. Um dos principais atores deste processo é a espécie Sesarma reticulatum.
Há algum tempo, no entanto, os pesquisadores perceberam que as plantas voltaram a crescer em algumas áreas, ainda que de forma muito tímida. Com cálculos feitos para o estudo, os cientistas constataram haver uma relação entre áreas com grande presença de populações do caranguejo-verde e em que há recuperação de vegetação.
“Ver os pântanos começarem a se recuperar, ao menos em sua cobertura de grama, é impressionante. Quando constatamos este ‘ressurgimento’, encontramos grandes quantidades de caranguejos-verdes nas regiões em recuperação. Então decidimos quantificar isso”, ressaltou o pesquisador Mark Bertness, um dos autores do estudo.
Eles também fizeram testes com animais de ambas as espécies, e constataram que os caranguejos Sesarma reticulatum, que são herbívoros, consomem menos vegetação ao serem confrontados com os animais da outra espécie no meio ambiente. Em geral eles também são derrotados em embates, sobrevivendo em apenas 15% das vezes, dizem os pesquisadores.
Fonte: G1
Máximo de gelo no Ártico é o quinto menor já registrado pela Nasa
Uma análise feita pela Nasa com o uso de imagens de satélite mostrou que a área máxima ocupada pelo gelo no Ártico durante o último inverno foi a quinta menor já registrada – as medições começaram a ser feitas há 35 anos.
Durante o inverno, o oceano situado nas redondezas do polo Norte se congela e o gelo ocupa vastas áreas da região. No entanto, os 15,09 milhões de quilômetros quadrados de gelo registrados em 28 de fevereiro ficaram abaixo do normal e, de acordo com os cientistas, esta é uma tendência.
A marca está 374 mil quilômetros quadrados abaixo da média de máximas – área equivalente aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina juntos. Nove entre as dez menores marcas máximas aconteceram ao longo da última década.
O menor volume do gelo no Ártico seria uma consequência do aquecimento dos mares. No verão, quando o gelo atinge seu mínimo, a marca registrada no Ártico em 2012 foi a menor da história. O máximo de gelo geralmente é registrado entre fevereiro e março, enquanto o mínimo é em setembro.
O relativamente baixo volume de gelo registrado durante o inverno não indica necessariamente que o verão também vá ter um derretimento maior que o normal. No entanto, há modelos científicos que mostram que o Ártico pode ter verões sem gelo ainda neste século.
O derretimento do gelo polar é um dos efeitos mais temidos da mudança climática, pois aumentaria o volume dos oceanos e colocaria em risco as populações que vivem em regiões litorâneas.
Fonte: Globo Natureza
Comunidade quer garantir sobrevivência do último manguezal na região continental de Florianópolis
Moradores são contrários à mudança no Plano Diretor que amplia extensão de rua e extingue viveiro de animais
A preservação do último manguezal na região continental de Florianópolis é o principal argumento dos moradores para convencer o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) a não sancionar o projeto de lei complementar 1.074/2010, que amplia o atual traçado da rua Wilson Luz e abre caminho para grandes empreendimentos imobiliários na orla de Coqueiros. A intenção da comunidade é incorporar a área ao Parque do Saco da Lama para implantação de estação ecológica e realização de atividades de educação ambiental e lazer.
Outra prioridade da comunidade é garantir a regeneração do que vem sendo degradado gradativamente por aterros clandestinos e corte ilegal da vegetação nativa. “Do lado de cá das pontes, este é o último viveiro de garças, saracuras, socós, savacus, jaçanãs, preás e ratões do banhado e caranguejos”, mostra o aposentado Ricardo Müller, 63 anos, presidente da Associação de Moradores de Coqueiros, que costuma acordar de madrugada e da sacada de casa fotografar o vaivém da fauna característica daquele bioma, tendo ao fundo as pontes Pedro Ivo, Colombo Salles e Hercílio Luz. “Quero ter o prazer de mostrar esta biodiversidade a meus netos”, argumenta.
A existência do manguezal no entorno do Saco da Lama é constatado por pareceres técnicos do ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente). A própria Floram vetou o prosseguimento da rua Wilson Luz do número 145 até a beira do mar, conforme laudos assinados em outubro de 2010 pelo biólogo Francisco Antônio da Silva Filho e pelo geógrafo Eliton Jaime Gil Boeira, vetando projeto da construtora Koprime.
Segundo o líder comunitário, a intenção dos moradores é estender a área pública dos limites do atual parque de Coqueiros, no Saco da Lama, à ponta da Ilhota, ou ponta José Francisco. “A orientação do ICMBio é que a área seja cercada para evitar invasões e identificada com placas indicativas para que, após incorporada, sejam construídas passarelas e mirantes para passeios públicos”, explica Ricardo Müller. O trecho degradado seria regenerado com plantio de mudas nativas, lacre das ligações clandestinas de esgoto, retirada do lixo acumulado e da vegetação exótica.
Mobilização reforçada
A degradação do manguezal do Saco da Lama é antiga, mas duas questões atuais reforçam a mobilização da Associação dos Moradores de Coqueiros. “Primeiro, estamos questionando a forma obscura como a Câmara de Vereadores aprovou o projeto que amplia a rua Wilson Luz em mais de 30% de seu trajeto”, diz Müller. A continuidade da rua até o mar passaria por cima de acordo firmado entre 10 vereadores, de diversos partidos, para manutenção do traçado atual e consequente preservação do que restou do manguezal.
Os moradores do entorno do parque de Coqueiros apostam principalmente na nova prática da administração municipal, com base na recente decisão do prefeito Cesar Souza Júnior de limitar a concessão de alvarás para o setor da construção civil em Florianópolis. “É um alívio saber que a prefeitura não permitirá mais os abusos do passado, que a administração pública não compactuará de artimanhas para legalizar situações como esta que estão tentando criar no Saco da Lama”, acrescentou.
Câmara aprovou projeto que ampliaria rua
Sem levar em conta o acordo que previa a supressão da via sub-coletora continental 26 do Plano Diretor de 2007, o plenário da Câmara aprovou o projeto de autoria do ex-vereador Gean Loureiro (PMDB), curiosamente atual presidente da Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Assim, a rua Wilson Luz, hoje com apenas 145 metros, seria estendida até o mar, e cortaria parte do manguezal para beneficiar a construtora Koprime. Além de viabilizar o complexo Turístico Miramar, da empresa Acip (Administradora de Comércio e Indústria de Pescados), avaliado em R$ 200 milhões.
Segundo o vereador Dalmo Menezes (PMDB), líder do governo na Câmara, a comunidade não será prejudicada. “Pelo entendimento que tivemos com os demais vereadores, se for comprovado tecnicamente que a área é mesmo manguezal, vamos propor que o prefeito não sancione a lei, mantendo a rua como está”, diz. Menezes argumenta que houve falha na tramitação da emenda que suprimia a rua Wilson Luz do Plano Diretor. “Foi só falta de comunicação, já que a proposta tirada do acordo formado pelos vereadores não foi protocolada na Câmara”, garantiu.
Mesmo assim, para não correr risco de novos contratempos, o vereador Afrânio Boppré (PSol) apresentou novo projeto de lei complementar, suprimindo o novo traçado da rua do Plano Diretor e preservando o último manguezal do Continente. “Trata-se de uma área que precisa ser preservada, um estuário importante para a baía Norte e com uma biodiversidade muito grande. os moradores estão lutando pela preservação da área não é de hoje, e a Câmara não pode atuar contra os interesses da comunidade”, argumentou.
Fonte: ND Online
A preservação do último manguezal na região continental de Florianópolis é o principal argumento dos moradores para convencer o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) a não sancionar o projeto de lei complementar 1.074/2010, que amplia o atual traçado da rua Wilson Luz e abre caminho para grandes empreendimentos imobiliários na orla de Coqueiros. A intenção da comunidade é incorporar a área ao Parque do Saco da Lama para implantação de estação ecológica e realização de atividades de educação ambiental e lazer.
Outra prioridade da comunidade é garantir a regeneração do que vem sendo degradado gradativamente por aterros clandestinos e corte ilegal da vegetação nativa. “Do lado de cá das pontes, este é o último viveiro de garças, saracuras, socós, savacus, jaçanãs, preás e ratões do banhado e caranguejos”, mostra o aposentado Ricardo Müller, 63 anos, presidente da Associação de Moradores de Coqueiros, que costuma acordar de madrugada e da sacada de casa fotografar o vaivém da fauna característica daquele bioma, tendo ao fundo as pontes Pedro Ivo, Colombo Salles e Hercílio Luz. “Quero ter o prazer de mostrar esta biodiversidade a meus netos”, argumenta.
A existência do manguezal no entorno do Saco da Lama é constatado por pareceres técnicos do ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente). A própria Floram vetou o prosseguimento da rua Wilson Luz do número 145 até a beira do mar, conforme laudos assinados em outubro de 2010 pelo biólogo Francisco Antônio da Silva Filho e pelo geógrafo Eliton Jaime Gil Boeira, vetando projeto da construtora Koprime.
Segundo o líder comunitário, a intenção dos moradores é estender a área pública dos limites do atual parque de Coqueiros, no Saco da Lama, à ponta da Ilhota, ou ponta José Francisco. “A orientação do ICMBio é que a área seja cercada para evitar invasões e identificada com placas indicativas para que, após incorporada, sejam construídas passarelas e mirantes para passeios públicos”, explica Ricardo Müller. O trecho degradado seria regenerado com plantio de mudas nativas, lacre das ligações clandestinas de esgoto, retirada do lixo acumulado e da vegetação exótica.
Mobilização reforçada
A degradação do manguezal do Saco da Lama é antiga, mas duas questões atuais reforçam a mobilização da Associação dos Moradores de Coqueiros. “Primeiro, estamos questionando a forma obscura como a Câmara de Vereadores aprovou o projeto que amplia a rua Wilson Luz em mais de 30% de seu trajeto”, diz Müller. A continuidade da rua até o mar passaria por cima de acordo firmado entre 10 vereadores, de diversos partidos, para manutenção do traçado atual e consequente preservação do que restou do manguezal.
Os moradores do entorno do parque de Coqueiros apostam principalmente na nova prática da administração municipal, com base na recente decisão do prefeito Cesar Souza Júnior de limitar a concessão de alvarás para o setor da construção civil em Florianópolis. “É um alívio saber que a prefeitura não permitirá mais os abusos do passado, que a administração pública não compactuará de artimanhas para legalizar situações como esta que estão tentando criar no Saco da Lama”, acrescentou.
Câmara aprovou projeto que ampliaria rua
Sem levar em conta o acordo que previa a supressão da via sub-coletora continental 26 do Plano Diretor de 2007, o plenário da Câmara aprovou o projeto de autoria do ex-vereador Gean Loureiro (PMDB), curiosamente atual presidente da Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Assim, a rua Wilson Luz, hoje com apenas 145 metros, seria estendida até o mar, e cortaria parte do manguezal para beneficiar a construtora Koprime. Além de viabilizar o complexo Turístico Miramar, da empresa Acip (Administradora de Comércio e Indústria de Pescados), avaliado em R$ 200 milhões.
Segundo o vereador Dalmo Menezes (PMDB), líder do governo na Câmara, a comunidade não será prejudicada. “Pelo entendimento que tivemos com os demais vereadores, se for comprovado tecnicamente que a área é mesmo manguezal, vamos propor que o prefeito não sancione a lei, mantendo a rua como está”, diz. Menezes argumenta que houve falha na tramitação da emenda que suprimia a rua Wilson Luz do Plano Diretor. “Foi só falta de comunicação, já que a proposta tirada do acordo formado pelos vereadores não foi protocolada na Câmara”, garantiu.
Mesmo assim, para não correr risco de novos contratempos, o vereador Afrânio Boppré (PSol) apresentou novo projeto de lei complementar, suprimindo o novo traçado da rua do Plano Diretor e preservando o último manguezal do Continente. “Trata-se de uma área que precisa ser preservada, um estuário importante para a baía Norte e com uma biodiversidade muito grande. os moradores estão lutando pela preservação da área não é de hoje, e a Câmara não pode atuar contra os interesses da comunidade”, argumentou.
Fonte: ND Online
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Chuva apaga incêndio em reserva ecológica no RS
Fogo teria sido provocado por um raio no dia 26 de março e queimou cerca de 5 mil dos 34 mil hectares da reserva
O fogo que consumia a vegetação da Estação Ecológica do Taim desde o início da semana passada foi extinto pela chuva nesta quarta-feira. O fogo teria sido provocado por um raio no dia 26 de março e, desde então, queimou cerca de 5 mil dos 34 mil hectares da reserva, um santuário ecológico localizado no sul do Rio Grande do Sul.
As chamas vinham sendo combatidas por uma equipe de brigadistas que usava dois aviões para despejar água e também tentava contê-las por terra, enfrentando dificuldades pelas constantes trocas da direção do vento.
Fonte: Revista Exame
O fogo que consumia a vegetação da Estação Ecológica do Taim desde o início da semana passada foi extinto pela chuva nesta quarta-feira. O fogo teria sido provocado por um raio no dia 26 de março e, desde então, queimou cerca de 5 mil dos 34 mil hectares da reserva, um santuário ecológico localizado no sul do Rio Grande do Sul.
As chamas vinham sendo combatidas por uma equipe de brigadistas que usava dois aviões para despejar água e também tentava contê-las por terra, enfrentando dificuldades pelas constantes trocas da direção do vento.
Fonte: Revista Exame
"Chuva" de ratos tóxicos combaterá serpentes em Guam
A serpente arbórea marrom é a causadora da extinção de nove das 12 espécies de aves autóctones de Guam após chegar à ilha em navios durante a Segunda Guerra Mundial
Bangcoc - A Força Aérea dos Estados Unidos lançará sobre as florestas de Guam cerca de dois mil ratos mortos contendo uma substância fatal para as serpentes responsáveis pelo extermínio de grande parte da fauna da ilha.
A ação nessa fortaleza militar do Pacífico vai acontecer entre abril e maio, e consiste, segundo o plano inicial, em jogar de helicópteros os roedores mortos que receberão, antes, uma injeção com 80 miligramas do produto químico conhecido como paracetamol, mortal para a serpente arbórea marrom (Boiga irregularis) cuja população está saindo de controle.
O réptil, uma espécie invasora original do litoral nordeste da Austrália e da ilha de Papua, é causadora da extinção de nove das 12 espécies de aves autóctones de Guam após chegar ali nos navios da marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a conclusão dos especialistas.
A ausência de predadores naturais para essa espécie e a abundância de comida propiciaram a expansão dessas serpentes por quase toda a ilha, até alcançar uma densidade de entre 50 e 100 espécimes por hectare.
Além do desastre para a fauna da ilha, o réptil também é uma dor de cabeça para o governo local, já que se torna difícil impedir que penetre nas instalações elétricas e cause contínuas e custosas avarias no sistema de provisão de energia.
O experimento piloto será realizado em cerca de '200 acres de terra (810 mil metros quadrados) a noroeste da base aérea de Andersen' comentou com a Agência Efe Jesse Guerrero, membro da equipe de biólogos na base militar americana.
Para evitar que outros animais possam se envenenar com a ingestão dos roedores, estes serão lançados 'um a um' com uma espécie de miniparaquedas 'para que se enganchem nas árvores' onde as serpentes vivem.
Alguns roedores, além da substância cujo efeito mortal tem uma duração de 72 horas, também terão um sistema de rádio transmissão para rastrear os movimentos das serpentes antes de sua morte.
Os pesquisadores americanos que desenvolvem o teste em Guam planejam coletar informação durante os próximos 14 meses para medir o sucesso da missão e preparar novos projetos a fim de combater a praga dessa espécie de réptil, cujo veneno não é mortal para o homem.
'Queremos nos assegurar de que estamos fazendo o correto. Se a informação colhida mostrar que o plano é eficaz para o controle da população, planejaremos novas missões em outras áreas de Guam', declarou Daniel Vice, membro do Departamento americano de Agricultura e Vida Selvagem para o Havaí, Guam e as ilhas do Pacífico, ao jornal 'Pacific Daily News'.
Segundo os especialistas, aproximadamente dois milhões de serpentes dessa espécie, que chegam a até três metros de comprimento, habitam as áreas florestadas dos 541 quilômetros quadrados de extensão da ilha de Guam.
A operação militar tem um orçamento de US$ 1 milhão fornecido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e obteve a aprovação por Agência de Proteção Ambiental do mesmo país.
Guam, que foi colônia espanhola até 1898, tem uma população de 160 mil pessoas com passaporte americano apesar de estar inscrito desde 1950 como um território associado não incorporado aos Estados Unidos.
O turismo é a principal fonte de renda para a ilha, seguida pelos investimentos dos Estados Unidos, que consideram a ilha como um território de importância estratégica para proteger seus interesses nessa região do Pacífico.
Fonte: Revista Exame
Sinduscon calcula prejuízo de R$ 500 milhões com suspensão de alvarás na Capital
Novas regras para a Lagoa da Conceição também não agradaram o sindicato
Baseada em análise da procuradoria-geral e da SPU (Secretaria do Patrimônio da União), a Prefeitura de Florianópolis cancelou o alvará da construção do Parque Hotel Marina Ponta do Coral, na avenida Beira-mar Norte. Basicamente, a prefeitura explicou que não poderia solicitar a construção de um aterro para um investimento privado.
O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis), Helio Bairros, classificou as medidas adotadas pela Prefeitura da Capital como “terríveis” para a economia da cidade. Também cobrou investimentos da administração municipal.
Segundo Bairros, só a suspensão dos alvarás para novos prédios – que termina no dia 8 de abril - resultou na falta de investimentos de meio bilhão de reais. “Nesses três meses, R$ 500 milhões deixaram de ser investidos na questão de imposto, de circulação de mercadoria, de geração de renda. Para a imagem da cidade tudo isso é muito ruim”, avaliou.
O representante da construção civil concordou com algumas medidas, principalmente com a contratação de mais fiscais para combater a informalidade. “Mas ficou muito genérica a abordagem do que é essencial. Só foi levada em conta a construção formal, essa que está sendo questionada, essa que respeita a lei”, disse.
Quanto aos alvarás cancelados, Bairros disse que não concorda com quem estiver fora da lei. Só ressaltou que a prefeitura deve dar tempo para as empresas se defenderem. Elas terão 15 dias após ser notificadas.
Outro questionamento do presidente do Sinduscon foi quanto aos investimentos. Se há tantos problemas com falta de energia e de água e rede de esgoto, questiona Bairros, a prefeitura deveria fazer investimentos na área.
Também não agradou ao representante da construção civil as novas regras para a Lagoa da Conceição. “Os critérios têm que ser mais bem definidos. Não podemos dizer que uma construção acima de 2.000 m² pode ser mais prejudicial que uma área de mil m² ou 500 m². Se não pode, não pode construir um metro. Temos que ser arrojados. Então não se constrói nada na Lagoa enquanto não se resolve o saneamento”, declarou.
Alvarás não tinham licença ambiental
A emissão de alvará da prefeituras em haver licença ambiental da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) quando necessária é evidente na atuação da gestão passada. Entre os 150 alvarás revistos pela equipe do prefeito Cesar Souza Júnior, em pelo menos 13 foram observadas a necessidade da LAI (Licença Ambiental de Instalação) e sua inexistência.
O edifício Al Mare, um residencial multifamiliar, recebeu alvará, em julho de 2012, para ser construído em Jurerê Internacional. De acordo com a equipe do SMDU (Secretaria Municipal deDesenvolvimento Urbano), a licençado órgão ambiental é necessária, mas não está junto ao processona prefeitura. O mesmo ocorreu com outros empreendimentos nos bairros Campeche, Ribeirão da Ilha, Cachoeira do Bom Jesus e Ingleses do Rio Vermelho, de acordo com informação da prefeitura.
Baseada em análise da procuradoria-geral e da SPU (Secretaria do Patrimônio da União), a Prefeitura de Florianópolis cancelou o alvará da construção do Parque Hotel Marina Ponta do Coral, na avenida Beira-mar Norte. Basicamente, a prefeitura explicou que não poderia solicitar a construção de um aterro para um investimento privado.
O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis), Helio Bairros, classificou as medidas adotadas pela Prefeitura da Capital como “terríveis” para a economia da cidade. Também cobrou investimentos da administração municipal.
Segundo Bairros, só a suspensão dos alvarás para novos prédios – que termina no dia 8 de abril - resultou na falta de investimentos de meio bilhão de reais. “Nesses três meses, R$ 500 milhões deixaram de ser investidos na questão de imposto, de circulação de mercadoria, de geração de renda. Para a imagem da cidade tudo isso é muito ruim”, avaliou.
O representante da construção civil concordou com algumas medidas, principalmente com a contratação de mais fiscais para combater a informalidade. “Mas ficou muito genérica a abordagem do que é essencial. Só foi levada em conta a construção formal, essa que está sendo questionada, essa que respeita a lei”, disse.
Quanto aos alvarás cancelados, Bairros disse que não concorda com quem estiver fora da lei. Só ressaltou que a prefeitura deve dar tempo para as empresas se defenderem. Elas terão 15 dias após ser notificadas.
Outro questionamento do presidente do Sinduscon foi quanto aos investimentos. Se há tantos problemas com falta de energia e de água e rede de esgoto, questiona Bairros, a prefeitura deveria fazer investimentos na área.
Também não agradou ao representante da construção civil as novas regras para a Lagoa da Conceição. “Os critérios têm que ser mais bem definidos. Não podemos dizer que uma construção acima de 2.000 m² pode ser mais prejudicial que uma área de mil m² ou 500 m². Se não pode, não pode construir um metro. Temos que ser arrojados. Então não se constrói nada na Lagoa enquanto não se resolve o saneamento”, declarou.
Alvarás não tinham licença ambiental
A emissão de alvará da prefeituras em haver licença ambiental da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) quando necessária é evidente na atuação da gestão passada. Entre os 150 alvarás revistos pela equipe do prefeito Cesar Souza Júnior, em pelo menos 13 foram observadas a necessidade da LAI (Licença Ambiental de Instalação) e sua inexistência.
O edifício Al Mare, um residencial multifamiliar, recebeu alvará, em julho de 2012, para ser construído em Jurerê Internacional. De acordo com a equipe do SMDU (Secretaria Municipal deDesenvolvimento Urbano), a licençado órgão ambiental é necessária, mas não está junto ao processona prefeitura. O mesmo ocorreu com outros empreendimentos nos bairros Campeche, Ribeirão da Ilha, Cachoeira do Bom Jesus e Ingleses do Rio Vermelho, de acordo com informação da prefeitura.
Fonte: Notícias do Dia
Projeto que limita horários da vida noturna pode levar um ano para virar lei
Vereador quer que casas noturnas e boates da Capital vendam bebidas e funcionem até as 3h e bares e restaurantes até as 2h
O projeto de lei 15.160/2013, que segundo o autor, vereador Edmilson Pereira Júnior (PSB), pretender regrar alguns hábitos da população da Capital, ainda terá um longo caminho até o dia da votação. A proposta ingressou esta semana na Comissão de Justiça e Cidadania da Câmara de Vereadores. Depois, será debatida na Comissão de Turismo para aí então seguir para a etapa de audiências públicas. A expectativa é de que o projeto leve até um ano para virar lei ou ser rejeitado.
A nova lei pretende limitar que as casas noturnas e boates vendam bebidas e funcionem até 3h e bares e restaurantes até as 2h. Outros estabelecimentos deverão suspender a venda de qualquer tipo de bebida alcoólica à meia-noite.
Segundo o vereador, os parâmetros da lei são rígidos mesmo até para que se possa equilibrar tanto o limite de horário de funcionamento das casas noturnas como o horário limite para venda de bebidas. “Tem que ter regra. Vamos debater qual é o melhor horário de funcionamento. Do jeito que está não pode continuar”, argumentou.
O caso promete levantar controvérsia na Câmara, principalmente por mexer diretamente com o comportamento de moradores e turistas. “É um assunto polêmico, que deverá ser debatido com o setor e a população. Não deve ficar só aqui na Câmara”, opinou o vereador Gui Pereira (PSD).
O presidente da Casa, vereador Cesar Faria (PSD), optou por não expor sua opinião antecipadamente. “Estou ciente do projeto, mas preciso estudar melhor a proposta. Ainda não tenho como manifestar minha opinião”, afirmou.
Ministério Público apoia o projeto
O vereador Edmilson Pereira Júnior defende que o projeto de lei não busca impedir o funcionamento da cidade, que tem no turismo boa parte da receita. “As pessoas poderão ficar cinco horas na festa se quiserem, basta chegar às 22h. Hoje tem casas noturnas que começam a funcionar 1h e não tem hora para acabar”, argumentou.
O projeto tem o apoio do Ministério Público, em especial do promotor Thiago Carriço. Ele forneceu pesquisas demonstrando que a aplicação de leis similares a que está sendo proposta em Florianópolis têm impacto positivo na redução da criminalidade.
Fonte: Notícias do Dia
O projeto de lei 15.160/2013, que segundo o autor, vereador Edmilson Pereira Júnior (PSB), pretender regrar alguns hábitos da população da Capital, ainda terá um longo caminho até o dia da votação. A proposta ingressou esta semana na Comissão de Justiça e Cidadania da Câmara de Vereadores. Depois, será debatida na Comissão de Turismo para aí então seguir para a etapa de audiências públicas. A expectativa é de que o projeto leve até um ano para virar lei ou ser rejeitado.
A nova lei pretende limitar que as casas noturnas e boates vendam bebidas e funcionem até 3h e bares e restaurantes até as 2h. Outros estabelecimentos deverão suspender a venda de qualquer tipo de bebida alcoólica à meia-noite.
Segundo o vereador, os parâmetros da lei são rígidos mesmo até para que se possa equilibrar tanto o limite de horário de funcionamento das casas noturnas como o horário limite para venda de bebidas. “Tem que ter regra. Vamos debater qual é o melhor horário de funcionamento. Do jeito que está não pode continuar”, argumentou.
O caso promete levantar controvérsia na Câmara, principalmente por mexer diretamente com o comportamento de moradores e turistas. “É um assunto polêmico, que deverá ser debatido com o setor e a população. Não deve ficar só aqui na Câmara”, opinou o vereador Gui Pereira (PSD).
O presidente da Casa, vereador Cesar Faria (PSD), optou por não expor sua opinião antecipadamente. “Estou ciente do projeto, mas preciso estudar melhor a proposta. Ainda não tenho como manifestar minha opinião”, afirmou.
Ministério Público apoia o projeto
O vereador Edmilson Pereira Júnior defende que o projeto de lei não busca impedir o funcionamento da cidade, que tem no turismo boa parte da receita. “As pessoas poderão ficar cinco horas na festa se quiserem, basta chegar às 22h. Hoje tem casas noturnas que começam a funcionar 1h e não tem hora para acabar”, argumentou.
O projeto tem o apoio do Ministério Público, em especial do promotor Thiago Carriço. Ele forneceu pesquisas demonstrando que a aplicação de leis similares a que está sendo proposta em Florianópolis têm impacto positivo na redução da criminalidade.
Fonte: Notícias do Dia
A sociedade de consumo e o descarte de resíduos, artigo de Marcos Mol
Um grave problema ambiental decorrente dos hábitos da sociedade contemporânea é o consumismo desenfreado e a geração de resíduos decorrente dele. A pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Flávia Passos Soares, apresentou uma discussão riquíssima em sua tese de doutorado que versa sobre a descartabilidade do humano e a dinâmica do consumismo na globalização. Segundo a autora, a descartabilidade surge na sociedade através da relação histórica que se estabeleceu entre prazer e consumo privado, e ainda, por meio da expansão ilimitada da produção de bens em relações de mercado. Dessa forma, o consumo conseguiu se estender a todos os registros da história, comunicação e cultura e adquiriu um status de prioridade perante os demais valores, pois são aceitos quaisquer meios para acessar o estilo de vida invejado socialmente, que depende do consumo constante de inúmeros produtos e serviços cada vez mais atraentes.
A sociedade de consumo é construída desde a base, por meio de investimentos nas gerações por vir. O filósofo e pesquisador Noam Chomsky aponta “o poder da indústria de propaganda, ao destacar que nos EUA, um em cada seis dólares é gasto em marketing, e que o bombardeio diário de publicidade e propaganda pela televisão atua no homem moderno desde a infância. Com isso, as crianças são educadas nos ideais da cultura de consumo, e irão se transformar em indivíduos passivos, isolados e com pouca oportunidade de escolha”.
Com a função de induzir ainda mais ao consumo, o mercado passa então a elaborar produtos adequados a essa população consumista. Segundo Flávia Soares, “o ritmo acelerado de descarte ditado pelo mercado imprime uma obsolescência programada aos artigos à venda. A não durabilidade pela falta de qualidade dos materiais garante o retorno dos consumidores em busca de outros produtos, novos, que certamente serão mais modernos em algum detalhe. Em geral, não se busca consertar nada. É mais fácil jogar fora e comprar novo. Além dessa descartabilidade a curto prazo, existe também aquela imediata, derivada de produtos fabricados para serem usados uma única vez, como copos de plástico, garrafas ‘PET’ etc., que geram um grave problema ambiental“.
Essa mentalidade de consumo sem preocupações com os descartáveis é impregnada na sociedade de consumo, que perde completamente as rédeas quanto aos limites de descartabilidade. Naturalmente, é muito mais simples consumir o produto desejado e descartar as sobras ao final. O grande impasse existente é como compatibilizar a geração desses resíduos com a capacidade de armazenamento e de suporte do ambiente.
Em uma sociedade que sempre disponibiliza um novo produto como a melhor alternativa face à substituição ou reparação de um produto existente, viabilizando, portanto, o descarte, a lógica de reaproveitamento dos resíduos passa a ser uma prática adotada apenas em épocas de crise econômica ou em momentos especiais. A alternativa de usufruir deste recurso como fonte de renda sobra, então, para a classe mais excluída e sem alternativas de sobrevivência. Desta forma, passa a existir uma classe de trabalhadores que tem como matéria-prima a parcela reciclável dos resíduos sólidos urbanos, mesmo estes estando dispostos em lixões.
Vários problemas estão relacionados com a geração de resíduos sólidos urbanos, e o aumento desenfreado da produção destes resíduos tende a uma situação insustentável no que diz respeito à sua gestão. O aumento da população observado nas últimas décadas remete à ampliação direta da geração de resíduos, justamente devido às necessidades de cada pessoa. Essa situação se torna ainda mais complexa na sociedade da descartabilidade, que não assume responsabilidades sobre a geração e destinação dos restos.
Ainda há muito que se discutir sobre esta questão, principalmente no que se refere às mudanças de hábito da sociedade frente ao equilíbrio ambiental do planeta.
Marcos Paulo Gomes Mol, Eng. Ambiental, Coordenador do Serviço de Gestão Ambiental da Fundação Ezequiel Dias – Funed, Doutorando em Saneamento e Meio Ambiente pela UFMG
Fonte: EcoDebate
Preços de remédios poderão sofrer reajuste de até 6,31%
Governo autorizou reajuste máximo para categorias de medicamentos em que os genéricos têm a maior participação nas vendas
Os medicamentos vendidos no Brasil poderão ter reajuste de até 6,31%, segundo resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. Em 2012, o reajuste máximo foi de 5,85%. De acordo com a decisão, a alteração deverá ter como base o preço do fabricante praticado em 31 de março de 2012.
O cálculo considerou a inflação acumulada no último ano, calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A autorização de reajuste dos medicamentos também leva em consideração a participação dos genéricos de cada produto. A lógica é a de que quanto mais genéricos uma categoria de remédios tem, mais elevada é a concorrência - e, assim, o reajuste pode ser maior.
Assim, os medicamentos em que os genéricos representam ao menos 20% de todo o faturamento da categoria estão autorizados a sofrer o maior reajuste, de até 6,31%. Entre esses remédios, está o antibiótico amoxicilina. Medicamentos com genéricos que representam entre 15% e 20% das vendas, como o antipsicótico risperidona, estão autorizados a ter reajuste de até 4,51% em seus preços. A categoria com menor participação dos genéricos no faturamento (menos de 15%) poderá sofrer reajuste de até 2,7%.
Fonte: Veja Online
Os medicamentos vendidos no Brasil poderão ter reajuste de até 6,31%, segundo resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. Em 2012, o reajuste máximo foi de 5,85%. De acordo com a decisão, a alteração deverá ter como base o preço do fabricante praticado em 31 de março de 2012.
O cálculo considerou a inflação acumulada no último ano, calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A autorização de reajuste dos medicamentos também leva em consideração a participação dos genéricos de cada produto. A lógica é a de que quanto mais genéricos uma categoria de remédios tem, mais elevada é a concorrência - e, assim, o reajuste pode ser maior.
Assim, os medicamentos em que os genéricos representam ao menos 20% de todo o faturamento da categoria estão autorizados a sofrer o maior reajuste, de até 6,31%. Entre esses remédios, está o antibiótico amoxicilina. Medicamentos com genéricos que representam entre 15% e 20% das vendas, como o antipsicótico risperidona, estão autorizados a ter reajuste de até 4,51% em seus preços. A categoria com menor participação dos genéricos no faturamento (menos de 15%) poderá sofrer reajuste de até 2,7%.
Fonte: Veja Online
Teste caseiro é opção precisa e viável para detectar HIV
Segundo estudo, autotestes de HIV - que não são aprovados no Brasil - podem ser tão eficazes quanto exames feitos em unidades de saúde para ajudar a controlar a epidemia de aids
Ainda hoje, o estigma e o medo impedem muitas pessoas de comparecer a um centro de saúde para fazer um exame que diagnostica a infecção pelo HIV. Porém, testes caseiros para detectar o vírus são uma alternativa precisa, viável e aceitável para pessoas que buscam mais privacidade na hora de realizar um exame desse tipo — e, portanto, podem auxiliar no controle da epidemia de aids. É o que concluiu um time internacional de pesquisadores após analisar 21 estudos que avaliaram a estratégia do autoteste em sete países — ao todo, 12.402 indivíduos participaram desses trabalhos. A pesquisa foi publicada nesta terça-feira no periódico PLoS Medicine.
Esse novo trabalho, desenvolvido na Universidade McGill, no Canadá, comparou duas estratégias de teste rápido para detectar o vírus HIV pela saliva do paciente, sendo que uma delas é realizada em casa, sem qualquer tipo de supervisão, e a outra, em alguma unidade de saúde e acompanhada por um profissional.
Segundo as conclusões da pesquisa, o autoteste de HIV, feito em casa, tem alta aceitabilidade — índice que variou de 74% a 96%. Além disso, entre 61% e 91% dos voluntários dos estudos avaliados declararam preferir o teste caseiro ao feito em unidades de saúde. “Esse tipo de exame é realizado pelo indivíduo sem qualquer tipo de assistência. O teste é comprado, realizado e interpretado por essa pessoa. Mas, se ela desejar, há um serviço de assistência pelo telefone. Essa prática, portanto, exige proatividade e motivação”, disse ao site de VEJA Nitika Pant Pai, coordenadora do estudo. "A precisão desse tipo de exame é tão alta quanto de exames de sangue."
Segundo a pesquisadora, mesmo na América no Norte a discriminação ao diagnóstico de HIV ainda é excessiva. “Tanto é que 40% dos pacientes com HIV dos EUA aparecem nos hospitais com uma infecção avançada”, diz.
Teste caseiro — Em 2012, o Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos, aprovou um autoteste caseiro para o diagnóstico de HIV. No exame, o paciente coleta uma amostra de sua saliva. Depois, esse indivíduo mergulha o cotonete em uma solução líquida e espera 20 minutos para o resultado do teste. No Brasil, esse teste não é aprovado. Para Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids-SP, a estratégia deveria ser testada no País. “Hoje, identificamos como principal estratégia a realização de testes nos serviços de saúde, com acolhimento e orientação”, diz.
Brasil — Durante esta semana, o Ministério da Saúde brasileiro está promovendo a Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem de Sífilis, que tem como objetivo a promoção do diagnóstico precoce da doença, que teve 14.000 casos notificados em 2011. Até este domingo, a população de todo o país terá acesso ao teste rápido de sífilis. Esse exame é de triagem, ou seja, caso dê positivo, o paciente deve realizar outros testes em laboratórios.
O teste rápido de sífilis vem recebendo grande atenção do governo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2011 foram distribuídos, a estados e municípios, 31.500 testes para o diagnóstico da doença. Em 2012, esse número cresceu 35 vezes: 1,1 milhão de exames.
Fonte: Veja Online
Reforço nas zonas litorâneas
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) intensificará ações de sustentabilidade nas zonas litorâneas e oceânicas do país. Degradação do solo e ocupação desordenada aparecem entre os principais problemas a serem combatidos. As medidas voltadas para a recuperação da área são encabeçadas por uma cooperação entre os governos brasileiro e espanhol, reunidos nesta quarta-feira (3), em Brasília, durante o II Seminário Internacional Brasil-Espanha: a experiência espanhola e a aplicação do SMC-Brasil no apoio à gestão da costa brasileira.
O SMC é um sistema de monitoramento costeiro, composto por modelo numérico e base de dados que permitem a construção de cenários sobre a dinâmica da linha de praia do país. O sistema produz informações importantes para o planejamento e a qualificação das tomadas de decisões destinadas ao litoral brasileiro.
De acordo com o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme Cabral, o objetivo é ampliar as ações de gestão litorânea. “É preciso colocar o tema dentro de uma estratégia maior. O MMA tem todo o interesse em tratar a questão de uma maneira mais ampla”, adiantou.
A intenção é estimular medidas como o acompanhamento das mudanças na zona costeira do país e o desenvolvimento de pesquisas ligadas ao assunto. “Essas regiões estão sendo intensamente usadas para fins econômicos, desde a construção de portos até o surgimento de locais destinados a moradias”, descreveu Paulo Guilherme. “É fundamental ter ferramentas de monitoramento dessas áreas para que sejam desenvolvidas políticas públicas”, acrescentou o secretário.
Os debates do seminário tiveram foco em estudos de caso do SMC em território nacional, na formação e capacitação oferecida no país e na gestão costeira integrada. “A discussão é um grande passo na implementação do sistema de modelagem no Brasil”, avaliou o coordenador da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid) no Brasil, Jesús Molina.
O Sistema de Monitoramento Costeiro (SMC) foi originalmente desenvolvido pelo governo espanhol. Em 2010, o governo federal brasileiro fechou o acordo de cooperação técnica com a Espanha que viabilizou o desenvolvimento de um sistema semelhante, adaptado à realidade brasileira, o SMC-Brasil. O investimento foi de 500 mil euros.
Fonte: MMA
Substância viscosa de peixe pode compor ‘roupa do futuro’
Uma espécie de peixe sem mandíbula e sem espinha dorsal que vive no fundo do mar há mais de 500 milhões de anos secreta uma membrana viscosa que poderá ser utilizada como o tecido da roupa do futuro.
O myxini (do grego myxa, muco), também conhecido como peixe-bruxa, é uma criatura sem nenhum glamour. Ele nada em águas muito profundas, com baixa visibilidade, sempre procurando por comida. Seu prato predileto são restos de baleias mortas.
Mas ele tem uma interessante “carta na manga”. O truque está na sua estrutura corporal, que se parece com a de uma cobra. Nas laterais, glândulas soltam uma substância viscosa abundante e altamente concentrada que, na ausência de mandíbula, serve de autodefesa.
Pesquisadores filmaram recentemente o que acontece quando um tubarão morde um myxini. Sua boca e suas guelras são rapidamente cobertas pelo muco, e imediatamente eles desistem do ataque para não morrer asfixiado.
“Eles talvez não sejam uma das criaturas mais bonitas de se trabalhar, mas eu tenho muito respeito por elas”, diz Tim Winegard, pesquisador da University de Guelph, no Canadá, que estuda as fibras encontradas no muco do peixe-bruxa.
“Esses peixes são campeões por terem sobrevivido após os dinossauros e a diversos outros processos de extinção em massa”, acrescenta Winegard.
Dinossauros foram extintos por volta de 60 milhões de anos atrás, mas um fóssil do peixe-bruxa que foi encontrado pelos cientistas – completo e com evidências de glândulas produtoras de muco – foi datado com mais de 300 milhões de anos.
Um myxini possui cerca de 100 dessas glândulas de produção de muco que estão localizadas ao longo do seu corpo. Elas dispersam uma substância leitosa, composta de substância viscosa e fibras.
Quando a substância leitosa se mistura com a água do mar, ela se expande, criando grandes quantidades de um muco translúcido, composto por fibras extremamente fortes e elásticas. Essas fibras, quando esticadas na água e, logo em seguida, secadas, se tornam sedosas.
Roupas esportivas ou coletes de proteção – As maiores espécies de myxini podem chegar a até 1,2 metro, mas a maioria chega a apenas 30 centímetros. Mesmo com o pequeno tamanho, apenas um peixe-bruxa possui centenas de quilômetros de filamentos de muco dentro de seu superprotegido corpo.
Cientistas acreditam que o muco do myxini – ou ainda outras proteínas similares a esta substância viscosa – pode ser transformado em roupas esportivas ou, ainda, em coletes de proteção contra armas.
Durante anos, cientistas têm tentado encontrar alternativas para substituir fibras sintéticas como o nylon, lycra ou o spandex, que são produzidos a partir do petróleo – uma substância de fonte não-renovável.
O muco de peixe-bruxa teria assim potencial para gerar uma fonte natural e renovável para produzir tecidos.
Mas, primeiro, os especialistas precisam descobrir como aumentar a produção do muco dos myxini. Os especialistas afirmam que esse processo seria improvável em fazendas para produção de peixes-bruxa, pois a espécie parece não se reproduzir bem em condições de cativeiro.
“Sabemos muito pouco sobre a reprodução do peixe-bruxa e ninguém até agora conseguiu gerar um único myxini em cativeiro, por mais incrível que isso pareça”, explica Douglas Fudge, que lidera o projeto de pesquisa Guelph. “Neste momento, nós literalmente não poderíamos ter fazendas para produzir peixes-bruxa da mesma forma como podemos fazer com vacas e frangos ou qualquer outro animal domesticado”.
Proteínas – Em vez disso, cientistas esperam reproduzir artificialmente as proteínas que são encontradas no muco do peixe-bruxa em laboratório.
Este é o mesmo método que os cientistas utilizaram com a seda de aranha. No entanto, por conta das fibras das proteínas da seda da aranha serem muito grandes, isso seria extremamente complexo (seria como tentar extrair as mesmas proteínas de uma cabra transgênica).
No caso do muco do peixe-bruxa, há ainda muitas qualidades similares ao da seda de aranha, mas com uma grande vantagem, afirma Fudge. As proteínas extraídas do myxine são muito menores e, em teoria, seriam mais fáceis de replicar.
Ninguém conseguiu produzir sequer um carretel com os fios extraídos da proteína do muco do peixe-bruxa, mas diversos cientistas estão trabalhando para que isso aconteça.
“Estou tentando retirar com pinças as fibras como se estivesse puxando isso pra cima”, explica a professora Atsuko Megishi, do projeto Guelph, na mesma hora em que tenta puxar o que mais se parece com a nata formada numa caneca de leite quente.
Essa “nata” com a qual os cientistas trabalham é como se fosse uma membrana muito fina formada pela proteína extraída do muco do peixe-bruxa. Quando a membrana é destruída, pequenas fibras são formadas. Assim, os cientistas conseguem as puxá-las com as pontas dos dedos.
Outros membros do projeto Guelph estão ainda tentando outro método. Eles utilizam uma bactéria geneticamente modificada que pode extrair as fibras ao longo de todo o corpo do peixe.
Se os cientistas tiverem sucesso na extração dessa nova fibra, eles poderão trabalhar com a indústria têxtil para levar novos produtos ao mercado.
Mas ainda têm o desafio de criar uma nova marca. “Peixe-bruxa – isso provavelmente assustaria os consumidores! Sem falar (no termo) substância viscosa”, brinca Tim Winegard.
Mas talvez esse antigo muco das profundezas do oceano possa ser transformado na camisa que você veste.
Empresa é multada em R$ 20 milhões por desmoronamento de píer no Rio Amazonas
O Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Estado do Amapá (Imap) multou em R$ 20 milhões a mineradora Anglo American, operadora do terminal portuário que desmoronou na última quinta-feira (28), no Porto de Santana, no Rio Amazonas, perto de Macapá.
Três trabalhadores morreram durante o acidente e três permanecem desaparecidos. A suspeita de que um corpo encontrado boiando no último sábado (30) fosse de um dos funcionários não localizados foi descartada pelo Corpo de Bombeiros.
As causas do acidente continuam sendo investigadas, mas o próprio Imap descartou a hipótese de que uma onda gigante, ou mesmo uma elevação da maré, tenha provocado o desmoronamento do porto, conforme chegou a ser divulgado.
Segundo o Imap, o valor da multa foi estipulado de acordo com informações de parecer elaborado por técnicos, para quem o desmoronamento do píer causou alterações graves no meio ambiente.
A multa não isenta a empresa de adotar medidas necessárias para recuperar a área afetada, conforme o diretor do Imap, Maurício Souza, disse à agência de notícias do governo amapaense.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria da Anglo American informou que a empresa ainda não foi oficialmente notificada da sanção e, portanto, não iria se pronunciar sobre o assunto.
Em nota, o presidente da Federação Nacional dos Portuários, Eduardo Guterra, cobrou que, esclarecidas às causas do desabamento, medidas de segurança sejam tomadas para impedir novos acidentes, inclusive em outros portos.
Fonte: Agência Brasil
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Operação no Rio fecha lixão clandestino que enterrava resíduos em manguezal
Rio de Janeiro, 02/04/2012 – A Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente, e a Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, promovem operação conjunta para acabar com lixões clandestinos no entorno do antigo aterro controlado de Gramacho, fechado em 2012. Foto de Tânia Rêgo/ABr
Agentes da Cicca, Secretaria Municipal de Segurança, Inea e Polícia Militar Ambiental acabam com despejo ilegal no entorno de antigo aterro controlado
Um lixão clandestino que estava funcionando ao lado do antigo aterro controlado de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi interditadoontem (2/4) em blitz ambiental promovida pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e a Prefeitura de Caxias. Diariamente, vários caminhões vinham despejando ilegalmente no local lixo extraordinário, produzido por grandes empresas.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, participaram da operação, em área do bairro Jardim Gramacho, que contou com o apoio de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e de policiais da Polícia Militar Ambiental e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).
Com a ajuda de uma retroescavadeira, ao longo de três dias deverão ser retirados de 600 m³ de lixo já acumulado no local, o equivalente a 60 caminhões lotados de resíduos sólidos. O material será encaminhado então ao Centro de Triagem de Resíduos (CTR) do Aterro Sanitário de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense. Depois da retirada do lixo, a entrada será bloqueada por uma barreira física, para impedir a entrada e saída de caminhões.
O proprietário do terreno, Luiz Cláudio Nunes Braga, de 44 anos, foi detido em flagrante e conduzido à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em São Cristóvão, para prestar esclarecimentos sobre os crimes ambientais cometidos. Luiz Claudio será autuado por infringir a Lei Estadual de Crimes Ambientais (n° 3.467).
“Além de operar um centro de reciclagem sem licença e fora dos padrões exigidos pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), ele despejava o material não reciclável no manguezal às margens da Baía de Guanabara, provocando a mortandade de animais e a destruição da flora”, disse o secretário Carlos Minc, lembrando que o lixo armazenado de forma inadequado contribui para a proliferação de urubus, o que coloca em risco o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador.
“Fazemos operações desse tipo desde quando eu era ministro do Meio Ambiente. Em 2007, deflagramos a operação Xô Urubu, em que interditamos três lixões clandestinos situados próximo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. O lixão é a síntese de um drama social, pois os catadores fazem a coleta, em meio a ratos e urubus, sem qualquer proteção, expostos a várias doenças, diferente do que ocorre nos centros de triagem de resíduos”, disse Minc.
O prefeito Alexandre Cardoso anunciou que a região será monitorada 24 horas por dia: “Essa é uma ação de gato e rato. Não podemos dar espaço para que eles retomem suas atividades clandestinas, ao mesmo tempo em que temos que dar oportunidade e qualificação profissional para que os catadores decidam se querem continuar trabalhando com reciclagem de lixo ou se querem atuar em outras áreas”.
A operação, promovida pela Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da SEA, e pela Prefeitura de Caxias, teve início às 5h30 e contou com 35 agentes. A Cicca já promoveu dezenas de operações de combate a lixões clandestinos na Baixada Fluminense, inclusive com a instalação de oito quilômetros de cercas para impedir o avanço do despejo de lixo no manguezal existente no fundo da Baía de Guanabara.
“O lixo extraordinário, produzido por empresas como supermercados e indústrias, não pode ser recolhido e transportado por uma companhia de limpeza urbana. Cabe a elas contratar transportadoras particulares para conduzir esse tipo de lixo para aterros sanitários legalizados. Chegando lá, o caminhão precisa pagar uma taxa para despejar o resíduo. É aí que mora o problema. Muitas delas ficam com o dinheiro e despejam a carga em qualquer terreno”, criticou o coordenador da Cicca, José Maurício Padrone.
Somente no ano passado, além de três operações semelhantes, com a prisão de pessoas flagradas em delito, a Prefeitura de Caxias, então comandada pelo prefeito José Camilo Zito, recebeu quatro notificações determinando a recuperação das áreas próximas ao antigo aterro controlado.
O ex-prefeito José Camilo Zito, inclusive, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se comprometia a resolver o passivo da destinação inadequada do lixo do Município de Duque de Caxias até 20 de dezembro de 2012, com prazo de mais 30 dias úteis de prorrogação. No entanto, deixou o cargo sem cumprir as medidas estabelecidas no acordo.
Para o atual prefeito, Alexandre Cardoso, o problema do lixo em Duque de Caxias é um retrato da omissão de gestores anteriores que não executavam políticas públicas em parceria com os governos estadual e federal.
“Depois de quase 40 anos, essa é a primeira ação conjunta entre o nosso município e o Governo do Estado. Estamos planejando nossas ações para transformar Jardim Gramacho em um bairro sustentável, exemplo para o Brasil, e para isso o diálogo será fundamental”, afirmou Cardoso.
Fonte: EcoDebate
Agentes da Cicca, Secretaria Municipal de Segurança, Inea e Polícia Militar Ambiental acabam com despejo ilegal no entorno de antigo aterro controlado
Um lixão clandestino que estava funcionando ao lado do antigo aterro controlado de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi interditadoontem (2/4) em blitz ambiental promovida pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e a Prefeitura de Caxias. Diariamente, vários caminhões vinham despejando ilegalmente no local lixo extraordinário, produzido por grandes empresas.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, participaram da operação, em área do bairro Jardim Gramacho, que contou com o apoio de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e de policiais da Polícia Militar Ambiental e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).
Com a ajuda de uma retroescavadeira, ao longo de três dias deverão ser retirados de 600 m³ de lixo já acumulado no local, o equivalente a 60 caminhões lotados de resíduos sólidos. O material será encaminhado então ao Centro de Triagem de Resíduos (CTR) do Aterro Sanitário de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense. Depois da retirada do lixo, a entrada será bloqueada por uma barreira física, para impedir a entrada e saída de caminhões.
O proprietário do terreno, Luiz Cláudio Nunes Braga, de 44 anos, foi detido em flagrante e conduzido à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em São Cristóvão, para prestar esclarecimentos sobre os crimes ambientais cometidos. Luiz Claudio será autuado por infringir a Lei Estadual de Crimes Ambientais (n° 3.467).
“Além de operar um centro de reciclagem sem licença e fora dos padrões exigidos pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), ele despejava o material não reciclável no manguezal às margens da Baía de Guanabara, provocando a mortandade de animais e a destruição da flora”, disse o secretário Carlos Minc, lembrando que o lixo armazenado de forma inadequado contribui para a proliferação de urubus, o que coloca em risco o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador.
“Fazemos operações desse tipo desde quando eu era ministro do Meio Ambiente. Em 2007, deflagramos a operação Xô Urubu, em que interditamos três lixões clandestinos situados próximo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. O lixão é a síntese de um drama social, pois os catadores fazem a coleta, em meio a ratos e urubus, sem qualquer proteção, expostos a várias doenças, diferente do que ocorre nos centros de triagem de resíduos”, disse Minc.
O prefeito Alexandre Cardoso anunciou que a região será monitorada 24 horas por dia: “Essa é uma ação de gato e rato. Não podemos dar espaço para que eles retomem suas atividades clandestinas, ao mesmo tempo em que temos que dar oportunidade e qualificação profissional para que os catadores decidam se querem continuar trabalhando com reciclagem de lixo ou se querem atuar em outras áreas”.
A operação, promovida pela Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da SEA, e pela Prefeitura de Caxias, teve início às 5h30 e contou com 35 agentes. A Cicca já promoveu dezenas de operações de combate a lixões clandestinos na Baixada Fluminense, inclusive com a instalação de oito quilômetros de cercas para impedir o avanço do despejo de lixo no manguezal existente no fundo da Baía de Guanabara.
“O lixo extraordinário, produzido por empresas como supermercados e indústrias, não pode ser recolhido e transportado por uma companhia de limpeza urbana. Cabe a elas contratar transportadoras particulares para conduzir esse tipo de lixo para aterros sanitários legalizados. Chegando lá, o caminhão precisa pagar uma taxa para despejar o resíduo. É aí que mora o problema. Muitas delas ficam com o dinheiro e despejam a carga em qualquer terreno”, criticou o coordenador da Cicca, José Maurício Padrone.
Somente no ano passado, além de três operações semelhantes, com a prisão de pessoas flagradas em delito, a Prefeitura de Caxias, então comandada pelo prefeito José Camilo Zito, recebeu quatro notificações determinando a recuperação das áreas próximas ao antigo aterro controlado.
O ex-prefeito José Camilo Zito, inclusive, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se comprometia a resolver o passivo da destinação inadequada do lixo do Município de Duque de Caxias até 20 de dezembro de 2012, com prazo de mais 30 dias úteis de prorrogação. No entanto, deixou o cargo sem cumprir as medidas estabelecidas no acordo.
Para o atual prefeito, Alexandre Cardoso, o problema do lixo em Duque de Caxias é um retrato da omissão de gestores anteriores que não executavam políticas públicas em parceria com os governos estadual e federal.
“Depois de quase 40 anos, essa é a primeira ação conjunta entre o nosso município e o Governo do Estado. Estamos planejando nossas ações para transformar Jardim Gramacho em um bairro sustentável, exemplo para o Brasil, e para isso o diálogo será fundamental”, afirmou Cardoso.
Fonte: EcoDebate
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