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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
“Exportação” da poluição de países ricos movimenta conferência do clima
Resultados recentes sobre a distribuição mundial das emissões de carbono esquentaram as discussões sobre a chamada terceirização da poluição, que acontece quando países ricos deslocam suas fábricas e indústrias muito poluidoras para outras nações.
Um relatório divulgado no último domingo culpou os países em desenvolvimento, especialmente China e Índia, mas em menor medida o Brasil, pelo aumento de 3,5% das emissões globais de carbono em 2011.
Enquanto isso, poluidores “tradicionais”, como Estados Unidos e a União Europeia, estariam diminuindo sua participação na conta, com menos 1,8% e 2,8% de emissões de carbono, respectivamente, nesse período.
Para muita gente reunida na COP-18, convenção do clima da ONU que vai até o fim da semana em Doha, no Qatar, isso mostra a tendência crescente da exportação da poluição do carbono.
“É só olhar quem lucra com a fabricação desses produtos, mesmo acontecendo além das fronteiras nacionais”, explicou à Folha um negociador brasileiro.
O Brasil ainda é reticente em apontar publicamente para esse tipo de fenômeno, mas outras nações, sobretudo a China, são bastante explícitas. Dizem que tais dados podem dar a entender que os países ricos tiveram medidas mais robustas do que a realidade.
Em geral, a tecnologia transferida já chega ultrapassada, o que contribui para incrementar ainda mais a quantidade de gases-estufa lançados na atmosfera.
Embora as discussões sobre terceirização das emissões não sejam novidade, elas se intensificaram com os últimos resultados, que têm a China com um incremento de 9,9%, e a Índia, de 7,5%. No Brasil, o crescimento foi de 1,4%.
Organizações não-governamentais reunidas em Doha alertam, porém, que os países que recebem essas fábricas não são totalmente “inocentes” e que há vantagens econôomicas, como a geração de emprego.
No Brasil, por exemplo, é comum que Estados disputem a instalação de fábricas multinacionais com guerra fiscal e concessão de benefícios. Por isso, os representantes pedem mais atenção a essa situação nas negociações de redução das emissões.
Fonte: Giuliana Miranda/ Folha.com
Um relatório divulgado no último domingo culpou os países em desenvolvimento, especialmente China e Índia, mas em menor medida o Brasil, pelo aumento de 3,5% das emissões globais de carbono em 2011.
Enquanto isso, poluidores “tradicionais”, como Estados Unidos e a União Europeia, estariam diminuindo sua participação na conta, com menos 1,8% e 2,8% de emissões de carbono, respectivamente, nesse período.
Para muita gente reunida na COP-18, convenção do clima da ONU que vai até o fim da semana em Doha, no Qatar, isso mostra a tendência crescente da exportação da poluição do carbono.
“É só olhar quem lucra com a fabricação desses produtos, mesmo acontecendo além das fronteiras nacionais”, explicou à Folha um negociador brasileiro.
O Brasil ainda é reticente em apontar publicamente para esse tipo de fenômeno, mas outras nações, sobretudo a China, são bastante explícitas. Dizem que tais dados podem dar a entender que os países ricos tiveram medidas mais robustas do que a realidade.
Em geral, a tecnologia transferida já chega ultrapassada, o que contribui para incrementar ainda mais a quantidade de gases-estufa lançados na atmosfera.
Embora as discussões sobre terceirização das emissões não sejam novidade, elas se intensificaram com os últimos resultados, que têm a China com um incremento de 9,9%, e a Índia, de 7,5%. No Brasil, o crescimento foi de 1,4%.
Organizações não-governamentais reunidas em Doha alertam, porém, que os países que recebem essas fábricas não são totalmente “inocentes” e que há vantagens econôomicas, como a geração de emprego.
No Brasil, por exemplo, é comum que Estados disputem a instalação de fábricas multinacionais com guerra fiscal e concessão de benefícios. Por isso, os representantes pedem mais atenção a essa situação nas negociações de redução das emissões.
Fonte: Giuliana Miranda/ Folha.com
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