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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Brasil está pouco preparado para mudanças climáticas
Ranking que classifica nações conforme sua resiliência ao clima apresenta Dinamarca e Suíça no topo e coloca o Brasil em 58 de 176 países, devido às condições ruins de urbanização, infraestrutura e governança.
O Brasil, apesar de possuir água e comida em abundância, uma economia sólida e ser politicamente estável, está deixando a sua população em uma situação muito perigosa em caso de eventos climáticos extremos. Isto por causa de sua fraca infraestrutura, da falta de investimentos públicos e privados, da corrupção e do crescimento desordenado das cidades.
Esta é a conclusão que se pode tirar do GAIN Index 2012, um ranking criado pelo Instituto de Adaptação Global (GAIN, em inglês) que classificou 176 países conforme sua resiliência às mudanças climáticas. Desta lista, o Brasil aparece em 58o no geral, sendo que ficou 47o em vulnerabilidade e apenas em 71o em prontidão.
O resultado mediano em vulnerabilidade reflete as qualidades naturais do país, como grandes bacias hidrográficas, gigantesca produção de alimentos e estar localizado em uma região que não é passagem tradicional dos piores eventos climáticos, como furacões. Se apenas isso fosse levado em conta, o Brasil estaria entre os menos vulneráveis. Porém, também são analisadas questões de infraestrutura e urbanização, é aí que a situação se complica.
O histórico de décadas de crescimento desordenado das cidades deixam os brasileiros, especialmente os mais pobres, mais vulneráveis do que deveriam estar. Ocupação de encostas são um problema em diversas partes do país e a cada ano novas tragédias acontecem para nos lembrar disso.
No quesito de prontidão, são analisados a economia, os dados sociais e a governança. Mesmo com sua grande economia, a sexta maior do planeta, o Brasil aparece muito mal na classificação por causa da fraca atuação do governo. Pouco ainda se pensa em mudanças climáticas e não se investe o suficiente em ações de adaptação e de defesa civil. Fatores como corrupção e o pequeno engajamento do setor privado também pesam.
Entretanto, a avaliação final do GAIN é de que o Brasil possui boas condições para realizar ações de mitigação e adaptação, inclusive sem depender da ajuda internacional.
Desde que começou a ser divulgado o ranking, em 1995, o Brasil tem flutuado entre as posições 57 a 70. No ano passado, o país ficou em 63º.
Segundo o GAIN, as dez nações mais resilientes do mundo são: Dinamarca, Suíça, Austrália, Noruega, Reino Unido, Nova Zelândia, Irlanda, Finlândia, Países Baixos e Suécia.
A posição final no ranking é estabelecida após o cálculo de sua prontidão menos o valor designado para a sua vulnerabilidade. Assim, mesmo países localizados em áreas de risco podem estar melhor no índice porque já possuem políticas de adaptação.
O presidente do GAIN chama a atenção para a realidade das mudanças climáticas, cujos efeitos já são sentidos por todo o planeta.
“Nos últimos anos estamos vendo pessoas sofrendo, companhias sendo fechadas e postos de trabalhos sendo perdidos por causa de eventos climáticos. Da Tailândia até os Estados Unidos, as mudanças climáticas são uma ameça para a vida e para a economia”, afirmou Juan José Daboub.
A entidade aponta alguns exemplos de como o clima fora do comum prejudicou milhares de pessoas nos últimos anos.
No fim de 2011, uma enchente sem precedentes na Tailândia matou mais de 700 pessoas, resultou no fechamento de 800 fábricas e provocou a demissão de 450 mil trabalhadores, o que teve impactos nos preços de equipamentos para computador no mercado internacional. Outras enchentes semelhantes também causaram mortes e destruição nas Filipinas e no Paquistão. Já na Austrália e nos Estados Unidos o problema foi a seca, que elevou os preços dos alimentos em todo o planeta.
Aqui no Brasil, enchentes e deslizamentos se repetem a cada verão resultando em centenas de mortes. Agora, em 2012, o país registrou as mais altas temperaturas já vistas no mês de outubro e está atravessando o ano mais seco desde 1929, com grandes impactos econômicos e para a geração de energia.
“Podemos somar nesta lista de eventos extremos recentes o furacão Sandy. A maior tempestade a atingir a região de Nova York na história deve causar prejuízos de mais de US$ 20 bilhões”, declarou Daboub.
Os números mais recentes sobre os impactos do Sandy apontam para 74 mortos e a possibilidade de uma queda do crescimento econômico dos EUA no último trimestre de 2012 dos previstos 1,6% para até 1%.
Fonte: Envolverde
O Brasil, apesar de possuir água e comida em abundância, uma economia sólida e ser politicamente estável, está deixando a sua população em uma situação muito perigosa em caso de eventos climáticos extremos. Isto por causa de sua fraca infraestrutura, da falta de investimentos públicos e privados, da corrupção e do crescimento desordenado das cidades.
Esta é a conclusão que se pode tirar do GAIN Index 2012, um ranking criado pelo Instituto de Adaptação Global (GAIN, em inglês) que classificou 176 países conforme sua resiliência às mudanças climáticas. Desta lista, o Brasil aparece em 58o no geral, sendo que ficou 47o em vulnerabilidade e apenas em 71o em prontidão.
O resultado mediano em vulnerabilidade reflete as qualidades naturais do país, como grandes bacias hidrográficas, gigantesca produção de alimentos e estar localizado em uma região que não é passagem tradicional dos piores eventos climáticos, como furacões. Se apenas isso fosse levado em conta, o Brasil estaria entre os menos vulneráveis. Porém, também são analisadas questões de infraestrutura e urbanização, é aí que a situação se complica.
O histórico de décadas de crescimento desordenado das cidades deixam os brasileiros, especialmente os mais pobres, mais vulneráveis do que deveriam estar. Ocupação de encostas são um problema em diversas partes do país e a cada ano novas tragédias acontecem para nos lembrar disso.
No quesito de prontidão, são analisados a economia, os dados sociais e a governança. Mesmo com sua grande economia, a sexta maior do planeta, o Brasil aparece muito mal na classificação por causa da fraca atuação do governo. Pouco ainda se pensa em mudanças climáticas e não se investe o suficiente em ações de adaptação e de defesa civil. Fatores como corrupção e o pequeno engajamento do setor privado também pesam.
Entretanto, a avaliação final do GAIN é de que o Brasil possui boas condições para realizar ações de mitigação e adaptação, inclusive sem depender da ajuda internacional.
Desde que começou a ser divulgado o ranking, em 1995, o Brasil tem flutuado entre as posições 57 a 70. No ano passado, o país ficou em 63º.
Segundo o GAIN, as dez nações mais resilientes do mundo são: Dinamarca, Suíça, Austrália, Noruega, Reino Unido, Nova Zelândia, Irlanda, Finlândia, Países Baixos e Suécia.
A posição final no ranking é estabelecida após o cálculo de sua prontidão menos o valor designado para a sua vulnerabilidade. Assim, mesmo países localizados em áreas de risco podem estar melhor no índice porque já possuem políticas de adaptação.
O presidente do GAIN chama a atenção para a realidade das mudanças climáticas, cujos efeitos já são sentidos por todo o planeta.
“Nos últimos anos estamos vendo pessoas sofrendo, companhias sendo fechadas e postos de trabalhos sendo perdidos por causa de eventos climáticos. Da Tailândia até os Estados Unidos, as mudanças climáticas são uma ameça para a vida e para a economia”, afirmou Juan José Daboub.
A entidade aponta alguns exemplos de como o clima fora do comum prejudicou milhares de pessoas nos últimos anos.
No fim de 2011, uma enchente sem precedentes na Tailândia matou mais de 700 pessoas, resultou no fechamento de 800 fábricas e provocou a demissão de 450 mil trabalhadores, o que teve impactos nos preços de equipamentos para computador no mercado internacional. Outras enchentes semelhantes também causaram mortes e destruição nas Filipinas e no Paquistão. Já na Austrália e nos Estados Unidos o problema foi a seca, que elevou os preços dos alimentos em todo o planeta.
Aqui no Brasil, enchentes e deslizamentos se repetem a cada verão resultando em centenas de mortes. Agora, em 2012, o país registrou as mais altas temperaturas já vistas no mês de outubro e está atravessando o ano mais seco desde 1929, com grandes impactos econômicos e para a geração de energia.
“Podemos somar nesta lista de eventos extremos recentes o furacão Sandy. A maior tempestade a atingir a região de Nova York na história deve causar prejuízos de mais de US$ 20 bilhões”, declarou Daboub.
Os números mais recentes sobre os impactos do Sandy apontam para 74 mortos e a possibilidade de uma queda do crescimento econômico dos EUA no último trimestre de 2012 dos previstos 1,6% para até 1%.
Fonte: Envolverde
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