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quinta-feira, 28 de março de 2013
Vítimas de contaminação por chumbo na Bahia pedem punição de empresários
Associações de moradores e vítimas de contaminação por metais pesados de Santo Amaro da Purificação (BA) querem que o governo federal tome providências para responsabilizar os sócios da empresa Companhia Brasileira de Chumbo pelos danos à saúde dos trabalhadores e habitantes da cidade.
A reivindicação foi apresentada durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (27) pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que discutiu o problema com autoridades e vítimas da contaminação.
Durante 30 anos, a Companhia Brasileira de Chumbo foi uma das maiores produtoras do metal no mundo. A empresa fechou as portas nos anos 90, mas a falta de cuidado ao descartar os rejeitos da produção contaminou a terra e envenenou o rio Subaé, que corta a cidade. Há relatos de mortes de animais e doenças graves de ex-trabalhadores, de seus familiares e de moradores da cidade.
De acordo com o procurador de Santo Amaro, Leandro de Almeida Vargas, o governo federal já tomou algumas providências, como instalar no município um centro de referência para tratamento das pessoas.
O procurador afirmou, no entanto, que é preciso reparação. Segundo ele, a empresa agiu de forma irresponsável enquanto atuou na cidade e continua a atuar no País, hoje sob outra denominação.
“A escória foi jogada de qualquer jeito. Foi jogada nos rios, nos ares. Os filtros das fábricas foram disponibilizados para as crianças brincarem, fazerem de travesseiro em casa. Então, não são os ex-trabalhadores, a população como um todo precisa [de reparação], porque a grande maioria está contaminada”, disse Vargas.
Danos à população
Para o presidente da Associação das Vítimas de Contaminação, Adailson Pereira Moura, dinheiro algum vai poder reparar o que a população tem passado. Ele relatou a dor permanente dos contaminados, a impotência, além das crianças que já nascem gravemente comprometidas pela contaminação de suas mães, como aconteceu com sua neta.
Adailson disse que foi o sofrimento da menina que o levou a retomar a luta pela reparação das vítimas. “É difícil saber que você tem chumbo no sangue e que vai morrer. Não sei o dia, mas sei que minha hora vai chegar porque já enterrei 940 companheiros. Temos 940 viúvas em Santo Amaro”, disse Moura.
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), afirmou que a luta da população de Santo Amaro deve ser encampada pela Comissão de Direitos Humanos. Ele afirmou que a comissão não pode permitir que o problema caia no silêncio e precisa assegurar que a justiça seja feita.
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados também criou um grupo de trabalho para buscar soluções para o problema.
Tumulto
A audiência pública começou com a presença de manifestantes no Plenário da Comissão de Direitos Humanos, a favor e contra a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da comissão.
Para evitar tumulto, Feliciano suspendeu a audiência por cinco minutos e determinou a transferência do debate para outro Plenário, apenas com a participação de parlamentares, debatedores e imprensa.
Fonte: EcoDebate
A reivindicação foi apresentada durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (27) pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que discutiu o problema com autoridades e vítimas da contaminação.
Durante 30 anos, a Companhia Brasileira de Chumbo foi uma das maiores produtoras do metal no mundo. A empresa fechou as portas nos anos 90, mas a falta de cuidado ao descartar os rejeitos da produção contaminou a terra e envenenou o rio Subaé, que corta a cidade. Há relatos de mortes de animais e doenças graves de ex-trabalhadores, de seus familiares e de moradores da cidade.
De acordo com o procurador de Santo Amaro, Leandro de Almeida Vargas, o governo federal já tomou algumas providências, como instalar no município um centro de referência para tratamento das pessoas.
O procurador afirmou, no entanto, que é preciso reparação. Segundo ele, a empresa agiu de forma irresponsável enquanto atuou na cidade e continua a atuar no País, hoje sob outra denominação.
“A escória foi jogada de qualquer jeito. Foi jogada nos rios, nos ares. Os filtros das fábricas foram disponibilizados para as crianças brincarem, fazerem de travesseiro em casa. Então, não são os ex-trabalhadores, a população como um todo precisa [de reparação], porque a grande maioria está contaminada”, disse Vargas.
Danos à população
Para o presidente da Associação das Vítimas de Contaminação, Adailson Pereira Moura, dinheiro algum vai poder reparar o que a população tem passado. Ele relatou a dor permanente dos contaminados, a impotência, além das crianças que já nascem gravemente comprometidas pela contaminação de suas mães, como aconteceu com sua neta.
Adailson disse que foi o sofrimento da menina que o levou a retomar a luta pela reparação das vítimas. “É difícil saber que você tem chumbo no sangue e que vai morrer. Não sei o dia, mas sei que minha hora vai chegar porque já enterrei 940 companheiros. Temos 940 viúvas em Santo Amaro”, disse Moura.
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), afirmou que a luta da população de Santo Amaro deve ser encampada pela Comissão de Direitos Humanos. Ele afirmou que a comissão não pode permitir que o problema caia no silêncio e precisa assegurar que a justiça seja feita.
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados também criou um grupo de trabalho para buscar soluções para o problema.
Tumulto
A audiência pública começou com a presença de manifestantes no Plenário da Comissão de Direitos Humanos, a favor e contra a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da comissão.
Para evitar tumulto, Feliciano suspendeu a audiência por cinco minutos e determinou a transferência do debate para outro Plenário, apenas com a participação de parlamentares, debatedores e imprensa.
Fonte: EcoDebate
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